Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sobre Jubiabá

Na obra de Jorge Amado, o nome do livro remete ao poderoso personagem, pai de santo, Jubiabá, que é uma liderança de uma comunidade, às vezes, fazendo papel de médico, professor, amigo de todos e o organizador da comunidade, do “Estado dentro do Estado” entre os pobres. O herói errante, dialético e emblemático é Antônio Balduíno, um homem negro que aprendeu a lidar com a dureza da pobreza com destreza, ora profano e questionador, ora respeitador e temente às tradições, numa vida sem instrução formal, submetido à lei da sobrevivência e a marginalidade, compreendeu a luta de classes e o racismo logo cedo. A sua vida foi mais do que uma busca pela subsistência ou o alcançar do hedonismo, o personagem incansavelmente queria sentir-se situado na vida, pertencente a algo maior, carregou o amor platônico por uma burguesa decadente que terminará os dias como uma prostituta, e criou o filho dela, como seu. Mas o peculiar é que Balduíno, fora sempre um rebelde, convivendo com a violenta miséria nos lugares que passava, conhecia a história dos párias, dos marginalizados, dos sacrifícios de amor e de injustiças. Para o herói da trama, grandes homens conquistavam a vida com valentia e transgressão de tudo vigente, então o jovem vagabundo, andarilho, torna-se operário, proletário e participa de greves gerais de várias categorias, o garoto que queria ser um destemido jagunço e imaginava o seu abc biográfico encontrou na luta sindical, na luta de classes, na briga pela justiça que almejava. Ele e seus camaradas venceram a greve, a opressão, conquistam a sua humanidade num mundo que os tratavam como coisas, ele se sente agora igual a um griô como Jubiabá. Na luta sindical ele é abraçado pela força de seus companheiros, ele, o Antônio Balduíno, lutador de boxe, capoerista, jamais teve o devaneio de ser um burguês enriquecido, queria mesmo era continuar brigão, na peleja contra a opressão que em sua vivência sindical deu nome e sobre nome ao opressor, aquilo que ele odiará a vida inteira, que se baterá ao poderio do monstro que subjugou o povo, manifestou-se encarnado num sistema explorador conduzido por adiposos senhores que se consideram donos do poder, da razão e da situação. O final da obra demonstra a colisão e a simbiose do herói profanador com a querela sindical, a peleja do povo organizado contra a mesmice mesquinha da dominação do homem pelo homem, numa sociedade pós- abolição, mais ainda racista e desigual. Álisson Lopes

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Para Manoel

Como um bandeirante nordestino, rasgou a hostilidade do desertão; Venceu a geografia árida, rompeu do sertão ao cerrado; Aqui, dito como candango, ajudou a construir a nova capital; Foi camponês, lavrador, retirante, conquistador, sempre trabalhador e pai; Oriundo da terra do alvorecer, mais próxima da grande mãe africana e genitora de toda humanidade; O solo paraibano, terra de faíscas no chão com facão, sangue do cangaço na lâmina, a bandeira rubro negra de tua terra natal tem o “nego” de João Pessoa; Terra de insurreições, da negativa contra o esquecimento do nordeste e da famigerada política do café com leite; O nego à miséria, o nego de ser esquecido num país tão grande, o nego de ser oprimido; E tem o sim da cultura, do forró, da rapadura e do alfenim; Da amizade própria de um povo sofrido e alegre; Do maior São João do mundo; De Itaporanga, antiga Misericórdia, e do sertão de São José do Caiana; É meu pai, o senhor deixará em sua cruzada a vida para teus descendentes; Já tem a memória e a eternidade garantida; Dos tantos netos, os dois derradeiros de meu sangue; Salve à luta do sertanejo, Salve Manoel da Paraíba, lutou e como um candeeiro iluminou e depois se apagou...

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Votos para 2014

Ainda escreverei sobre este tema dentro da formatação acadêmica, porém isso é para depois, hoje pretendo externar de forma livre algumas percepções. Eu sei que tem sido recorrente no que venho escrevendo as manifestações de junho, mas é porque acredito que a maior bandeira, a que mais explodiu nas ruas, foi à crise de representatividade, ou seja, o executivo de todas as esferas, o congresso nacional, o legislativo estadual e as câmaras municipais não representam o povo satisfatoriamente, ou de jeito nenhum, infelizmente é senso comum. Portanto a vitória, o legado de 2013 para 2014 no campo social foi os milhões de brasileiros nas ruas, isso nobre leitor não tem memória fraca que se esqueça, principalmente a véspera de um processo eleitoral. Contudo, o que desejo socializar, é que eu, buscando ser representado politicamente, participei de debates no sindicato da minha categoria, pois acredito na luta de classes, filiei-me a um partido que até então sempre confiei meus votos, enfim, tentei participar, deixar de ser um marginal, efetivamente debater e construir. Mas as hierarquias absolutistas, nada esclarecidas e esclarecedoras, me apartam de debates mais profundos, leitor, não quero mais receber candidato tipo “fast food”, “nós” decidimos votar em beltrano federal, ciclano distrital, e tais majoritários. Quero saber por quê? Será um legitimo representante do povo? Individualmente faço essa análise, mas preciso do convencimento coletivo para abrir mão da minha escolha pessoal em prol de uma tendência. Quando me posiciono como crítico do capitalismo, me obrigo a fazer uma leitura profunda de liberais, de socialistas, do marxismo, inevitavelmente, o marxismo contemporâneo, isso leva tempo e requer tantas leituras como pré-requisitos para um entendimento maior, marxismo não é religião, não tem revelação, se não ler não tem como saber. Quando escolho candidatos, tenho que submeter ao mesmo processo de conhecimento. Mas todos que estão em luta, nas ruas pedindo transparência e representatividade nos governos, nos sindicatos, no campo, organizados pelo MST e outros, podem não entender o que é socialismo, tampouco marxismo, ou até outros “ismos”, mas compreendem na carne quem é opressor e quem é oprimido, e também são críticos naturais do modo de produção capitalista. Eu, humildemente, sem demagogia, junto do povo, do povão que sou membro efetivo desde o meu nascimento, espero que em 2014 possamos eleger, quem sabe reeleger quem represente o povo verdadeiramente. É, coletivamente, o que mais desejo. Álisson Lopes

domingo, 15 de dezembro de 2013

SEM TERGIVERSAR

Vendo algumas entrevistas de Prestes em 1988, antes da eleição presidencial que se aproximava, tínhamos Collor, Roberto Freire, Brizola, Lula e outros tantos. A lucidez do “Velho” era invejável, na época, pelo menos no primeiro turno votou no Brizola, mas ainda sim, queixava-se de divergências entre os dois. Segundo Prestes, Brizola e também o então candidato Lula tinham que ler a teoria do proletariado concebida no marxismo com profundidade. Aos noventa anos, ainda convicto, politizado e preparado. Hoje com tantas distorções, corrupções e alienações, não vejo tantas convicções como a do velho comunista. As minhas próprias convicções pesam nas minhas várias autocríticas. Porém seria uma incoerência minha não reconhecer a militância que também participou das manifestações de junho ou então o trabalho de educadores populares de absoluta vanguarda na educação do povo e na atuação do MST. Quando estes forem maioria teremos uma revolução nos conceitos sociais, uma revolução fundamentalmente política no que tange a participação popular e assim teremos uma reviravolta na economia. Todavia, mesmo sem uma revolução, as transformações progressistas estão acontecendo e não irão parar por mais que a reação, o conservador, torça o nariz. Para Prestes, que sempre negou qualquer dom premonitório, o capitalismo, o modo de produção capitalista levaria a inevitável construção do socialismo. Eu sei que tal concepção possibilita margem para um amplo debate, mas aos noventa anos aquele comunista convicto com brilhos nos olhos de um menino afirmou acreditar na força do povo e demonstrou que era um otimista depois de uma vida inteira de perseguições, vendo tamanha grandeza me emocionei. Sua força, a energia de uma vida, mesmo que a luta por uma sociedade justa leve séculos também me fez um otimista. Afirmo sem temor, sem tergiversar, que acredito em revoluções, em levantes em nome da paz e do amor. Abraço fraterno, Álisson Lopes

sábado, 14 de dezembro de 2013

El miedo es una fuerza que me impide andar

“El miedo es una fuerza que me impide andar”, já cantou Lenine. Violeta Parra, Mercedes Sosa, Simon Bolivar, José Martir, Pablo Neruda, Salvador Allende, Zapata, Pancho Vila, Sandino, Luís Carlos Prestes, Anita Garibaldi, Tupac Amaru, Pixinguinha, Grande Otelo, Gregório Bezerra, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Jango, Julião, Chico Mendes, Dorothy Stang, Margarida Alves, Luiz Gama, se sentiram medo, o venceram, cada um a sua maneira, com sua importância, vieram e fizeram, transgrediram, o mundo vive, vibra suas obras e suas ondas, latinos, indígenas, africanos, pessoas do mundo, sem fronteira e cabresto. Emancipação do povo, da justiça e da coletividade por intermédio do Folclore, do latejo, da milonga, do panamericanismo, da poesia, do engajamento, da política, do sacrifício, do respeito, dos povos da floresta, da liderança, da universalidade, da resistência, do grafite, da musicalidade, da negritude, do desprendimento, da liberdade, do profano, da religiosidade, da humildade, da vanguarda, da sustentabilidade, da coragem, da ousadia, da militância. A historiadora Emilia Viotti ensina, em sua obra, que o mundo precisa de militância, eu digo que a história não tem fim as coisas ainda estão por serem feitas, somos entes históricos, podemos sim mudar o rumo da história e de nossas vidas, somos protagonistas, a coletividade é a efetiva liderança. Estudante, Álisson lopes

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Nelson Mandela para sempre

Talvez para o cidadão criado numa massificadora educação neoliberal, não veja, não acredite na postura, na coerência e na perseverança de Mandela, mesmo encarcerado por 27 anos em celas na África do Sul, fez-se libertado enquanto preso, do apartheid, e quando seu corpo, sua matéria, finalmente livre instaurou uma política de não violência, sem vingança. Somente seres de extrema grandeza e humildade tem tal escolha. Na obra de Walter Benjamin, “O capitalismo como religião”, denota o culto ao capital, seu ritual e simbologia. Um indivíduo “formatado” numa concepção meramente capitalista, se “coisifica” como já alertava Marx, se torna mercadoria como já denunciava Gramshi e vê as demais coisas e pessoas como negócio. O italiano comunista Gramshi, um século atrás comparava à mitologia da figura do rei Midas com a do capitalista que em sua ambição desmedida, é amaldiçoado a transmutar tudo que toca em ouro, até a própria família, que se torna mera mercadoria. É assim que vejo a política neoliberal, uma genial bestialidade, estabelecida aos tempos contemporâneos, preparada para transformar carne, sangue e suor em lucro para alguns e cegueira para outros. A política do culto ao capital varre o mundo compactuando com genocídio de indígenas, aborígenes, trabalhadores, antropofagia cultural e étnica, massificação do pensamento e a morte do espírito da mudança, o assassinato covarde, torpe e qualificado da esperança. Nada que digo é novidade, ouso a socializar as palavras de Karl Marx, Antonio Gramschi, Walter Benjamin e de Nelson Mandela. Como Zumbi, Mandela se torna um orixá. Álisson Lopes

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Carta de agradecimento à comunidade escolar

Viemos, por intermédio desta, agradecer a participação da comunidade escolar no referendo que ocorreu no dia 27/11/2013 no Centro de Ensino fundamental 01 do Núcleo Bandeirante, o “Sapão”. Assumirmos a gestão da escola democraticamente, ou seja, com o apoio do povo, isto é uma imensa honra e não deixaremos tal sentimento arrefecer. A escola pública é de todos devendo ser zelada, protegida, comemorada como já vislumbrou o saudoso Paulo freire, tão comentado e pouco praticado, a educação é libertação. Vale lembrar o que o grande educador Anísio Teixeira bradou: -“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública.” Então nobres professores, alunos, pais, responsáveis, servidores da carreira assistência, funcionários terceirizados, representantes do Sinpro-DF, representantes do SAE, coordenadores da CRE do Núcleo Bandeirante, conselheiros tutelares, educadores populares, lideranças comunitárias, demais componentes da comunidade escolar, todos sempre terão as portas abertas no Sapão e uma gestão humanizada para servi-los. O nosso compromisso, como professores e cidadãos, é de construir com a fundamental ajuda de todos; uma escola justa em sintonia com os apelos sociais e que mantenha num fraterno sentimento bairrista a comunhão das boas tradições da nossa escola e de nossa comunidade. É também o compromisso de lutar contra violência dentro e fora dos muros da escola, contra o racismo e os diversos tipos de intolerância que atentam em desfavor da liberdade. Feliz natal e um próspero 2014. São os votos da gestão referendada para 2014/2016. Diretor Ari Vice- diretor Álisson

domingo, 24 de novembro de 2013

A revolução no quintal

Em simples palavras diretas, feito palavras de homens e mulheres de honra, que faço a bendita, às vezes ácida, autocrítica, aquela que aperta em alguns momentos que o calor da labuta permite. Para começar, antes devo explicar o contexto, desde junho uma parte do povo saiu às ruas, alcançamos milhões protestando, não parou desde então, jovens espíritos, rebeldias ensejadas. É nessa conjuntura que os militantes da educação popular foram presos, gente que conheço e respeito, gente que denúncia à criminalização dos movimentos sociais. Vejo o quanto sozinho sou pequeno para defender essa vanguarda, sei que eles não temem ousar e não vão parar. Remeto a memória extraordinária de Luís Carlos Prestes que em sua invencível coluna desafiou as elites mesquinhas, cangaceiros e as forças armadas brasileiras, ele foi um general tão grande quanto Zumbi, o rei de Palmares. Para os incrédulos, aqueles que acreditam no fim da história, visão que só contempla o previsível, formatada, não compreendem o milagre da vida, que não é só estar vivo, mas fazer diferença. Outros críticos chamam o povo nas ruas de convulsões sociais, explosões sem objetivos, estes acreditam que as manifestações são incapazes de afrontar a conservadora estrutura da sociedade vigente, contudo, contrariando os céticos tem gente nas ruas protestando, muita gente descontente, fato que mostra que só uma elite tapada vocifera que povo brasileiro não é de luta. Basta relembrar a história do Brasil com a peleja de Canudos, Contestado, a resistência ao golpe de 64, diretas já, a luta dos movimentos sociais. Na minha pequena colaboração, no cenário que atuo, tentando ocupar espaços, vou junto com a rebeldia ensejada, vou, no meu pequenino tamanho, admirando, tendo como exemplo e apoiando Diego Dutra, Lucas Rafael, Julimar, entre outros da mesma estirpe, esses são revolucionários, só não vê quem não quer. Álisson Lopes

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Morte e Vida em 20 de novembro de 1695

A inatividade eletroencefalográfica é uma das definições do dicionário Aurélio para morte, mansuetude para alguns e medo para outros. Para muitos homens e mulheres é a libertação da miséria para outros tantos é o fim da riqueza. Mas para Zumbi garantiu sua eternidade. As religiões judaico-cristãs acreditam na vida eterna, o espiritismo kardecista vislumbra além da vida eterna a reencarnação. Existem milhares de religiões que ensinam que a vida não cessa quando se alcança a morte, dizem, acreditam no transcendental, no além, que é algo que as ciências naturais discordam, não somente as ciências, mas também os materialistas históricos que vivem o aqui e agora, a luta de classes, sem carma ou pecado original, sem salvação posterior ao fim da existência terrena. Contudo parece sem propósito debater ou refletir sobre a morte, se é a vida que mais intriga, principalmente quando o pulsar de vida nos tenta a pensar na eternidade, quando estamos no auge de nossas forças esquecemos que somos mortais. Aliás, vamos falar de vida mesmo, vida que nos oferece gosto e cheiro, queima e acalenta, faz amadurecer e realmente a memória dos vivos nos tornam imortais. O almirante negro João Cândido fez-se eterno, segundo ele próprio, graças aos seus mais de 80 descendentes seu legado se perpetuará. Já o mestre de capoeira de angola João pequeno jactava-se de sua vida eterna garantida enquanto houver uma roda de capoeira. Enquanto existir rebeldia e luta pela justiça estarão vivos, Zapata, Sandino, Símon Bolivar, José Marti, Salvador Allende, Lamarca, Marigrella, Luís Carlos Prestes, Che e a tão almejada liberdade. Onde se manifestar o amor, Jesus Cristo o maior revolucionário de todos estará entre nós. A paz com Buda, com Alá, com Oxalá está entre nós graças à luta dos que creem na tolerância e na humanidade. Ao passo que Paulo Freire, Violeta Parra, Mercedes Sosa, estão vivos juntos com os sonhos de libertação dos oprimidos, dos que pensam e agem em busca da vida simples e livre. Então enquanto existir negritude Zumbi estará vivo com brilho nos olhos e vontade de leão, com batuques ancestrais e orgulho da cor. Enquanto eu estiver vivo todos estarão comigo, em minhas lembranças, em minha memória. Álisson Lopes

sábado, 16 de novembro de 2013

Atitude e desobediência

Existe algo, segundo minha modesta concepção, que aparta homens de moleques é a atitude, como também o que separa lobos de cães é a desobediência. Sempre me causa alegria à atitude de um homem em transgredir o egoísmo e viver a confraternização da coletividade, nem precisa fazer voto de pobreza, igualmente a rebeldia de um lobo que não se deixa laçar por migalhas e promissões. O lobo é como um homem que se nega a se domesticar vive na coletividade e pela coletividade. O homem sozinho, contra própria natureza marca o fim da sua espécie, o eremita, o ermitão, já existia, todavia hoje em seus apartamentos apartados ostentando a vitória dos reais gastos parece uma condição da vitória e da vida, a vitoriosa civilização da solidão. E o que separa as pessoas é; em uma síntese de todas as coisas segregacionistas, a intolerância. Não se tolera, por exemplo, o sorriso do banguela, num pais onde falta de educação e cáries são causas do mesmo mal, pelo contrário ostenta-se a arcada dentária completa alinhada sorridente branca mesmo após um banquete, a falta dos dentes ou sua preservação dividem as pessoas em classes sociais. Como lição aos cidadãos civilizados hodiernos o homem selvagem sim, vamos gritar juntos: -“Eram seres coletivos e só evoluíram em sua formação tribal graças à força coletiva”. Porém depois formaram impérios no Egito, na Grécia, em Roma, na China onde se escravizava e menosprezava uns aos outros, donos do poder surgiram, enquanto os banguelas ao custo de suas bocas esvaziadas em oposição às barrigas cheias doutros sofriam ingratidão, escarnas e escárnios. Mas nestes tempos ancestrais sempre existiram lobos e homens com atitude, sempre existiram lobos e homens desobedientes, a transgressão não é tirar do outro, mas lutar pelo outro, pelos que ainda vão nascer. O óbvio em uma sociedade consumista, materialista, é ostentar os que têm sobre os que não têm e diga-se uma verdade como são chatos os óbvios.

domingo, 10 de novembro de 2013

Não se pode abraçar o mundo: Repelão e ruptura

Tantas pessoas bradam na rua por justiça, tantos jovens, clamam que a justiça só é justa no tempo certo, mostram a crise de representatividade que transbordou e transborda nas ruas. O povo, todos denunciam o conúbio dos falsos representantes, pestes, que em seu nome assolam qualquer idealismo, decomposição política. Os ignóbeis deputados numa voz cinicamente tranquila te indagam: “Povo que tu queres?”- eles próprios alijando o povo respondem; “cerveja gelada e promessa, nomeação e churrasco, emenda parlamentar e feijoada, tudo por conta da fartura do balcão, quero dizer gabinete”. Então o repelão é a trombada dos que estão de ventas ardendo do mau cheiro da governança do Brasil, de todos os tempos, da chacina histórica da honestidade e, sim do conservadorismo, dos partidos que azedam às plenárias do congresso transnacional, já foi privatizado. Ruptura é a posição de ter que começar do zero, pois os demais números estão sobre investigação. Todavia penso na democracia, essa jovem no Brasil, tantas vezes encarcerada, que poucos conhecem sua face, nunca vista em sua inteireza, temo pela sua existência, tantas vezes alvejada, abafada pelo fartum das negociatas. Não se pode abraçar o mundo, é grande demais camará, contudo pode sim, ser solidário, caridoso, politizado. Ninguém se faz sozinho, é preciso atentar, às pessoas que romperam com o social estigma da pobreza tem sem dúvida mérito, porém nos tempos idos, ilustres pessoas se sacrificaram para ter escolas para todos, votos para os pobres, voto feminino, abolição da escravidão, implantação da república. É injusto pensar que todas as lideranças são farsistas, não vamos injuriar a todos. Não podemos também tartamudear na hora de vindicar o que é nosso. Para alguns o zero é sem valor, mas para outros é o começo de todas as medidas, basta lembrar da fraca democracia brasileira, ela deve ser respeitada, louvada, ressurgida como uma fênix da tenebrosa ditadura militar, ela que antes apareceu tímida, parecia que nunca era convidada, essa linda jovem, refeita, deve ser zelada, protegida, garantida. Enquanto ao zero, é a medida certa para começar, o princípio. Nessa atual conjuntura, começo de novo, do começo, do zero.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Homo sapiens sapiens

Tendo em vista que a sabedoria do homem possibilita a reflexão sobre a sua vivência. Lembro-me de uma conversa daquelas sem pretensão de ensinar ou aprender, numa praça rústica, ponto de encontro de rebeldes, vagabundos e maconheiros. Em que eu trocava uma ideia com um emblemático amigo. Depois de quase vinte anos ainda recordo-me dessa conversa, em que eu numa arrogante tentativa de convencer o companheiro de que levar uma vida regrada era melhor e que se ele tinha uma vida turbulenta era por causa das más amizades, tive uma resposta surpreendente, pelo menos pra mim, no auge da sua sobriedade, ele externou com veemência e sinceridade que sempre fez o que quis por conta e risco próprio. Ainda hoje penso e promovo reflexões sobre esse debate, sobre como uma pessoa de forma concisa e consciente, deliberada, leva a vida de forma hedonista até ceifar a própria existência mediocremente. A prática irresistível ao mau hábito que o matou, consumiu sua vitalidade como uma contaminação que se espalha pelo corpo continuamente, mas que não parece em ter pressa de terminar não antes de acabar com a dignidade e só assim que erradica a força vital. Parece incompreensível o que leva a esse tipo de escolha, quando se é escolha, o prazer que o fisgou se torna dor e humilhação. A vida é uma forma de resistência ao improvável, à inteligência contra a ignorância, quando é destruída simboliza a vitória do abismo obtuso e perverso do ceticismo humano contra a sua humanidade. Álisson Lopes

domingo, 3 de novembro de 2013

música com qualidade

Se voce puder entre no link e vote, vamos compartilhar, são meus amigos, moram em Uberlandia, a banda deles chama automatos : http://www.musicconnection.com.br/bandas/#automatos]

OCUPAR ESPAÇOS

Rafael e Guilherme, aos meus quase quarenta anos de idade, me ponho a pensar, a transformar vivência em experiência, aprendi lendo alguns manuais sobre a militância de esquerda a fazer a tão necessária autocrítica, ou então, talvez seja o pesar dos anos em meu lombo e a proximidade da maturidade inacabada de um homem. O fato é; meus amados filhos, que esse ano de 2013 foi um ano de calmaria profissional, embora nas ruas do nosso Brasil estouram-se convulsões, revoltas, e subversões contra os corruptos, contra instituições que deveriam, mas não representam o povo. Instaurou-se o descontentamento popular precipitado nas manifestações, pelas tantas ausências que o povo brasileiro sente e míngua, pela ausência de representatividade, deflagrando as primeiras, de muitas, passeatas de junho que se desdobraram em outras e outras, todas já são parte da história contemporânea brasileira. Em meio essas turbulências recebi convites curiosos, inusitados, como ministrar aulas de capoeira ao invés de história, fato que não concretizou, mas me deixou inclinado a ensinar tão nobre arte. Também, embora vociferasse que não faria mais, tentei e não consegui formar uma chapa para ser gestor da escola que hoje sou professor, engraçado por este despertar ser provocado pelos colegas de labuta, contudo faltou uma parceria para efetivar o pleito como taxava o edital. Porém, inesperadamente, fui convidado a fazer parte do mandato de uma deputada defensora dos direitos humanos, uma requisição, não sei se está conversa se tornará realidade, mas senti-me valorizado em minha militância até hoje tão questionada por mim. Não considerei o convite um prêmio, contudo, um reconhecimento ou uma mão estendida me tirando da zona de conforto e levando-me para o campo de batalha. Todavia, jovens, toda narrativa supracitada é para dizer que o pai de vocês, o homem inacabado que sou sempre buscou coerência, justiça e o bem estar coletivo. Durante a vida recebi convites, propostas, às vezes para empreitadas duvidosas quanto à ética, as quais sempre repudiei. Entretanto, jamais neguei ocupar espaços políticos, pois amplificar a radiação do meu idealismo foi uma tentativa em minha vida. Quem sabe por influência da obra o “Príncipe” de Maquiavel, ou também, a “Arte da Guerra” de Sun Tzu, ou até mesmo pelo avançar dos anos e o embranquecer dos meus cabelos, de forma singela que vivi a vida, coloquei em tudo que fiz um pouco do que sempre acreditei, busquei mostrar-me para vida. Para vocês, deixo aqui de forma ingênua e sincera um “tiquinho” de mim. Eu tenho meus filhos, um pai que migrou do campo paraibano para a “terra prometida”, Brasília-DF, foi um candango, rompeu do sertão ao cerrado, trabalhou, trabalhou e trabalhou, faleceu bem antes de me ver abandonar a infância, deixou o exemplo de honestidade e simplicidade de um verdadeiro homem do povo. A força do exemplo que mesmo “post mortem” rege minha vida, tenho também uma mãe firme e doce, ares do nordeste, uma irmã sábia e solidária, um irmão forte e ousado, este que sempre desafiou a morte com destemor e minha esposa, companheira trabalhadora e sempre disposta a construir. Escrevo esta carta, não que pressinta a morte, longe disso, longe de ser um momento de melancolia e morbidez, à vista disso estou muito feliz e tenho muito que viver ainda. Mas é que eu sei que a vida é um eterno diálogo entre o presente, o passado e vocês que são o futuro. Eu desejo a vocês que sintam o cheiro e os sabores da vida, o gosto do amor, o gosto das coisas do mundo sendo sustentáveis e não se preocupem em serem grandes, pois já são. Para encerrar por hoje, o pai de vocês não foi uma liderança, não por incompetência, mas porque nunca quis ser um líder numa concepção burguesa, o coletivo é a liderança, isto é a representatividade que nos falta hoje, o poder do povo para o povo, sem salvadores, uma construção coletiva. Além do mais deixo a alcunha de líder para caras como Che, Luiz Carlos Prestes, Oswaldão do Araguaia, eu meus filhos, fui um mero articulador, promovendo debates, olhares com pessoas brilhantes que conheci. Mas não nego a minha importância nas atividades e movimentos que participei, não fiquei na órbita de nenhum astro, fui independente e aproveitei minha autonomia para caminhar em diversas direções seguindo a coerência que defendo. É assim que descrevo, eu mesmo, longe de ser um herói, tampouco um super-herói, entretanto sou um homem cheio de esperanças, em construção, buscando uma civilização humana menos sofrida e contraditória. Eu defendi bandeiras, partidos, foram minhas opções, minhas escolhas, escolhi não ser neutro e nem inerte. Não sou um revolucionário, não ousei tanto, não sou ateu e creio em nossa eternidade. Brasília-DF, 03 de novembro de 2013, Álisson Lopes

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Alimentar quem tem fome de literatura

Contramarcha é o que são os poetas: Castro Alves, Vinícius de Moraes e o Jorge Amado; estava eu, numa vida simples de adquirir coisas, pagar dívidas, fugir da cicuta que é o cheque especial que até mata filósofo e filosofia, num gole só. Quando abruptamente, assim mesmo, sem pensar nas consequências, entro no universo desses caras e que caras. Pronto foi minha ruína, irresistível tentação, foi um desvairamento, o mundo é outro agora, tenho que compartilhar; dialogar, viver e transformar tudo em experiência. Não, não acabou ainda, agora como posso estar satisfeito? Se a inquietude que se planta na obra desses devassos contamina. Hoje leio o “Cavaleiro da esperança”, outra obra de Jorge Amado, sobre o Luís Carlos Prestes, vou novamente rever o mundo, transformar e criar percepções. Nobre amigo se tem respeito pelas tuas certezas, não siga o caminho da literatura brasileira, a melhor de todas, eu digo, já estou desenganado e contaminado, prêmio Nobel que nada, o bom é o nosso quinhão. Abraço, Álisson Lopes

sábado, 26 de outubro de 2013

Aos novos e antigos amigos.

Esse ano foi um ano silencioso dentro do partido, tentei participar de muita coisa e sinto que não participei de nada, politicamente, partidariamente. As manifestações sem bandeiras de partidos fazem barulho e provocam mudanças , mas não me representam com plenitude, estive presente em algumas, sou de esquerda para os românticos, progressista para os amigos e demagogo para os inimigos. Aonde pude ir fui; debati, ganhei antipatias, talvez simpatias, mas estava lá, a procura de espaço, a procura de respostas. Às vezes me articulei cedo demais, às vezes tarde demais, mas nunca de menos. Mas foi um ano de amizades, de encontros, de capoeiragem, sincretismo. Será que um dia ainda largo essa vida de professor e viro um burocrata feliz por ganhar muito dinheiro e só? Acho que não, mas minha esposa fica danada com isso, ela que é uma mulher sensacional e minha contadora. Não posso deixar de agradecer a lutadora Rosilene, a guerreira Fátima Mustafa, ao comandante Marco Aurélio, a guerrilheira Erika, a Rejane ,ao Paulão, ao Punk Fernando, ao hippie Erick, ao corajoso Michel,o mestrando Tony, o Grão mestre Fumaça, o mosca Diego,o vídeo artista Lucas Rafael, Dr. Palazzo, ao Dr. Rodrigo Camargo, Dra. Indira Quaresma, ao destemido professor Anderson, ao contra mestre Géleia, ao Músico Max Maglem, a Gidilene, a Marília, a Sheila, o Alessandro, ao Padre José Vicente, ao Babalorixá Julio de Oxossi, ao artista plástico Julimar, ao melhor pediatra do mundo WB que nesse momento degusta um bom vinho em Paris e, segundo ele lá, é mais barato do que água, e a minha base para todas as horas , a minha família, deixo qualquer manifestação por ela. Sem a ajuda de todos, não teria êxito em meus singelos e humildes projetos. Tomo a liberdade de agradecer, mesmo parecendo forçar a amizade, parecendo meio ridículo, o meu muito obrigado, porque cada um na sua peculiaridade maravilhosa me ajudou a crescer como ser humano, como ser gente mesmo. Obrigado, Álisson Lopes.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Um tempinho para falar de poesia

Meu amigo WB sabe que não nasci com o dom de entesourar, mas nasci metido a besta a declamar as coisas da vida. Tudo me interessa Doutor da nobre ciência de endireitar o homem, me interessa o trago, a cachaça, a política, a religião, as grandes paixões e o amor, até os que doem de lembrar. Faz-me ser gente, ver e respirar a compaixão, o sacrifício e a contrição. Hoje compreendo a lição de um amigo de amizade efêmera, daqueles que passam rapidinho mesmo só para ti dar um supetão na sua vida, que sempre dizia que: “morrer jovem é a pior morte”. Aos que morrem cedo, ainda acho que por mais intenso que tenham gozado a vida, é uma gozada precoce. Amigo, pretendo ter vida eterna, ir e vir em muitas reuniões do partido, aquele que já não é o que deveria, mas vou mesmo não sendo convidado e provoco os politiqueiros de carreira, escuto a replica indignada do cabra e peço treplica para falar por último, é minha estratégia do não carreirismo. Mas devo lhe confessar que temo o esvaziamento da poesia, pois acredito o que estágio mais avançado do homo sapiens é o ser poeta, o revolucionário poeta, o subversivo, aquele canhoto no acostamento da lógica, o contraponto do que é obvio e sem condimento. A humanidade esteta dos novos tempos não congraça com Castro Alves, Vinicius de Moraes e nem se interessa em ensimesmar-se. Da para acreditar? Sem poesia a cachaça só da ressaca, a amizade é burocrática e a história é um circulo, espera aí, questão de ordem, amigo acredite em mim, a história não se repete, é porque, alguns equivocados ficam repetindo essa ladainha, mas aí vem o poeta e põe o império no chão de joelhos. O poeta é o improvável, tá fora da equação, não foi convidado e nem quer, sobe no caixote, faz de tribuna e explode para o mundo a filosofia de refazer a filosofia do mundo. Um grande abraço, Álisson Lopes

sábado, 12 de outubro de 2013

O poder pelo poder

Os poderosos; acredito que mais do que nunca, este adjetivo é subjetivo, pois quando é vociferado ao ar, pode referir às transnacionais, os corruptos que de alguma forma estão no poder, os governantes transitórios, os que estão desde a inauguração da república, a bancada ruralista, os donos do capital, o capitalismo, o neoliberalismo, os conservadores. Mas conclui, numa conclusão totalmente incompleta e mutável, para uns um mero sofisma, que é o canalha que quer o poder pelo poder, pois quando eleito, seja para ocupar o cargo mais simples, utiliza-se do “poder”, para se sentir hierarquicamente melhor, definitivamente, aí sim conclusivamente, o cara não tem comprometimento com o coletivo, com o povo, talvez tenha com sua horda de clones sem ética. Lembrem; o povo, os verdadeiros donos do poder, são todos os que sabem ler, os que não sabem e os que não querem ler o mundo. Numa dessas reuniões de endereço incerto donde ainda se têm discussões políticas e desabafos, inúmeros, muitos ditos por mim; pude mostrar minha jactância aos colegas ouvintes, que não eram os poderosos que me refiro com desdém, pois advogam para todo o povo, como rábulas, como advogados regulares, que o ciclo da vida é maior do que o butox, o camaro amarelo, a clonagem, a prorrogação de mandato, indicação para cargo ou qualquer outro sucedâneo. E não adianta medidas protelatórias, quando o ciclo da vida se encerra o poder se esvai. Mas alguns desses canalhas já gozam da sensação de perder o poder antes, justiça seja feita. Não quero abolir o poder, que é uma instituição complexa e histórica, mas que esteja nas mãos de quem é de direito o povo, todo mundo, sem restrições, exceções e golpes. Aos que tem paciência de ler minhas humildes considerações. Álisson Lopes

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Nem sempre as coisas são como deveriam ser

O PED do Partido dos Trabalhadores, momento de decisão, momento de reformismo ou revolução, penso em revolução, porque sou pretensioso, mas que seja uma política progressista, a continuação de um projeto coletivo de todo um povo. Então estarei lá no Guará em novembro, votarei no PED, já adimpli a cota do partido, já tenho meu número de filiado, já estou apto e já sei em quem não vou votar, e sim claro também escolhi as lideranças que confiarei o meu voto. Porém como remete o título supracitado, “nem sempre as coisas são como deveriam ser “, não votarei na mirante candidata , pois a sua estrela não abrilhantará o rol de candidatos, nem das zonais, nem de diretórios, nem na esfera nacional, nem na presidência do PT, a companheira histórica que fez história e faz, a militante porreta, valente e que não teme truculências, ela que me perdoe citar seu nome, a Grande Fátima Mustafa. Esta mulher, digo a todos militantes do PT, os que se permitem a escutar, meus companheiros ou não, ela demonstrou com a força de uma guerreira amazonas, aquelas lendárias, como ser militante, professora, diretora e ser direta igual ao soco que o Anderson Silva levou em sua última luta e o fez tirar um cochilo. Estarei lá, no importante dia do PT, garantindo minha participação no voto. Recentemente, assinei um manifesto junto com outros companheiros, intitulado “Queremos de volta o PT de lutas”, é porque não quero cargo, não quero andar de carro oficial, eu quero e acredito numa sociedade justa plenamente. Votarei nessa chapa, sou parte dela, dessa contrução. Enquanto à ausência da colega como candidata fico alheio às combinações que deixam a trajetória de luta de companheiros nas gavetas do passado, ainda acho que ela faria diferença. Até o PED, Álisson Lopes.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Carta de agradecimento ao Mestrando de capoeira Tony Guará,

Foi esse malandro, o tal Mestrando Tony Guará, em breve mestre com a graça de todos os quilombolas, que me ensinou a jogar, ou melhor, a vadiar na capoeiragem com mandinga de negro fujão que jamais aceitou ser pai João. Aprendi com o sambar do berimbau a que toque acelerar, bater e sair sem apanhar. Foi sim com esse professor que aprendi que o que se começa na roda termina nela e também que jogar sorrindo mete mais medo do que mostrar os caninos. Caí sim, ele me derrubou, numa rasteira cabulosa, mas levantei forte, reclamei das abdominais, das mil luas de compasso, das esquivas, cocorinhas, feitas até o corpo agir com reflexo, mas de tudo isso, o que mais valeu, aprendi com esse professor a sabedoria da humildade. Axé. Álisson Lopes, na roda Playboy.

domingo, 8 de setembro de 2013

uma casinha feita de felicidade

Às vezes sonho com um casebre de portas de madeira e cheiro de mato no quintal, onde existe um cachorro amigo que só ladra com estranhos. Nesta casa simples, existe um misterioso ritual de se receber amigos e familiares todos os sábados para comer feijoada feita por pretas velhas. Logo depois jogar-se nas redes espalhadas pela varanda e papear interminavelmente sobre religião, política e música. A casa é cheia de quartos com o chão feito em cimento queimado vermelho, o teto é forrado de madeira, as telhas são coloniais feitas de barro. A janela da frente se abre para rua deixando entrar os raios do sol do final da tarde, enquanto se espalha por toda parte o cheiro de café vindo da cozinha feito na hora. O jardim tem plantas contra dor, mal olhado e as espadas de São Jorge se espalham ao redor da casa formando um cercado contra as forças do mal. Essa casa a qual sonhei, sempre volta em minha memória. Posso ouvir o trovão que antecede a chuva, o aroma que vem com a brisa e o vento. O barulho da chuva, da biqueira quando a água escorre pela calha e chega até ela. Lembro que atrás da porta da frente tinha uma firmeza com carvão e água para não deixar a negatividade invadir, enquanto no portão da frente tinha uma ferradura pendurada, para trazer sorte e somente pessoas amigas. O segredo desta casa humilde e preciosa era a felicidade que pairava por lá.

Manifestações de junho e implicações

As manifestações que se iniciaram em junho no Brasil e seus desdobramentos são resultado de anos de mandos, desmandos dos governos mantenedores de privilégios das elites e causadores do atraso social que ainda vigora em nosso país. A crise de representatividade urge nas ruas, nos confrontos, no caos, porém as manifestações põem também em questão à representatividade da própria democracia posta. Grupos mascarados ou não, levantam as mais diversas bandeiras, às vezes contraditórias, avançam contra o cinismo hipócrita e burocrático dos deputados, senadores corporativistas reinantes ainda, num congresso das elites, onde os verdadeiros representantes do povo são esmagados no rolo compressor por serem minoria. A destruição de instituições financeiras, símbolos máximos do capitalismo, empresas transnacionais e também de pequenas lojas vitimas dos tiros cruzados da insanidade, mostram a tentativa de materializar e atacar, de fato um complexo e dúbio engendrar, o estado burguês e suas contradições. Contudo, a quebra do Estado democrático e da legalidade, gera instabilidade política, econômica e jurídica. Em um cenário nebuloso, ainda acredito, na educação, no direito e na justiça, armas que escolhi para colaborar na transformação social e romper com o ciclo quixotesco do poder conservador brasileiro, ainda acredito no voto como principal instrumento de mudança. Votando com responsabilidade e consciência podemos eleger legítimos representantes do povo. Álisson Rafael, 08 de setembro de 2013

Aos meus filhos: Jorge Amado, o militante do povo

A primeira obra que li de Jorge Amado foi os "Capitães da Areia", mas com ela estudei também, ou melhor, pude vislumbrar a biografia do autor e sua militância ao defender as coisas do povo. Tempos depois fui impulsionado pelo próprio estudo da história brasileira a revisitar o universo dos meninos errantes do livro Capitães da Areia, porém não me contive somente a ele e em sequência ou consequência li e vivenciei a “Tenda dos Milagres”, com o mítico, emblemático, Ojuobá como protagonista, logo adentrei no terreiro do “Compadre de Ogun” e o livro da liberdade “ABC de Castro Alves”. O escritor foi de fato um militante das causas do povo, por vezes sua voz, ele pertenceu aos quadros do “PCBão”, antes do racha de 1962, foi deputado do povo e sempre falando em seu nome. Em suas obras a militância política e o senso crítico brotam como uma nascente que empurra a terra, abrindo espaço para um filete de água que se torna uma correnteza. Quando mergulho nas narrativas, descrições e ousadias do ativista Jorge amado, também alimento, o germe da inquietude que almeja transformações sociais dentro de mim. E como ele, tenho sim a petulância de me comparar, mas bem menos brilhante, sou um homem do povo, da base, da massa e sou um sonhador. Gostaria de deixar, entre outras tantas coisas, aos meus filhos o gosto pela literatura e especialmente pelas obras de Jorge Amado. Álisson Rafael, um simples homem do povo

Vamos ajudar, a caridade é a salvação

Venho em nome da professora Mary pedir uma ajuda para o seu tratamento contra um câncer no estômago. Foi descoberto no início do ano um tumor maligno no estômago da professora Mary. Após a descoberta foi feito o procedimento cirúrgico retirando todo o estômago. Iniciou então o processo de quimioterapia e tratamento alternativo. Após a cicatrização da cirurgia, Mary começou a sentir grande dificuldade de ingerir alimentos e água, após novos exames foi observada a necessidade de fazer uma nova cirurgia para colocar um anel no esôfago a fim de facilitar a passagem dos alimentos. O plano de saúde não cobre essa cirurgia que custa em torno de R$ 12.000,00. A professora encontra-se internada no Hospital Home (SGAS quadra 613) apartamento 103 se alimentando através de sonda ligada diretamente na corrente sanguínea e só poderá voltar pra casa depois do procedimento cirúrgico. A família está com dificuldades financeiras, pois já gastou com o tratamento aproximadamente R$ 30.000,00. Em virtude disso peço uma colaboração financeira de qualquer valor. Mary precisa de nossa ajuda. Desde já agradeço imensamente os esforços. Número da conta da professora Mary Wanzeller da Silva Ag. 013 Conta: 011507-0 Bco: 070

sábado, 7 de setembro de 2013

Prezados, é com muita honra e imbuído do sentimento da responsabilidade de fazer diferença que na quinta-feira, tomei posse como membro na comissão de direitos humanos da OAB-DF. Vou conquistar espaços políticos com o debate sobre justiça,solidariedade e levantar bandeiras importantes nesses novos tempos, romper paradigmas...Axé. Segue matéria... Cajazeiras empossa novos membros nas comissões da OAB/DF 5-setembro-2013 Cajazeiras empossa novos membros nas comissões da OAB/DF Brasília, 6/9/2013 – Representando o presidente da OAB/DF, o vice-presidente Severino Cajazeiras empossou 24 novos membros em comissões da Seccional, durante solenidade, na tarde de quinta-feira (5).Também participaram da mesa o presidente da Comissão da Copa do Mundo 2014, Glauco Alves e Santos, e o vice-presidente da Comissão, Francisco Chiaratto. Cajazeiras convidou os componentes a prestarem o compromisso solene, conforme preceituado no Artigo 53 do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, quando todos prometeram “manter, defender e cumprir os princípios e finalidades da OAB, exercer com dedicação e ética as atribuições que me são delegadas e pugnar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia”. posse comissões 05-09-2013 016Severino Cajazeiras, ressaltou a importância do trabalho das comissões da OAB e agradeceu a disponibilidade dos novos membros. “É por meio das comissões que apresentamos o trabalho da OAB para a sociedade, portanto, as comissões são muito importantes para nós”, afirmou. As comissões que receberam novos advogados foram Bioética, Biotecnologia e Biodireito; Copa do Mundo de 2014; Direito Humanos; Defesa da Criança e do Adolescente; Ciências Criminais e Segurança Pública; Direito do Consumidor; Direito Empresarial; Direito do Trabalho; Relações Exteriores; Seleção; e Direito Ambiental.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Queremos de volta o PT de lutas

Queremos de volta o PT de lutas “O Partido dos Trabalhadores nasce da vontade de independência política dos trabalhadores, já cansados de servir de massa de manobra para os políticos e os partidos comprometidos com a manutenção da atual ordem econômica, social e política. Nasce, portanto, da vontade de emancipação das massas populares. Os trabalhadores já sabem que a liberdade nunca foi nem será dada de presente, mas será obra de seu próprio esforço coletivo”. “Somos um Partido dos Trabalhadores, não um partido para iludir os trabalhadores. Queremos a política como atividade própria das massas que desejam participar, legal e legitimamente, de todas as decisões da sociedade.” Neste ano de 2013, ao celebrarmos os 33 anos do Partido dos Trabalhadores e os dez na Presidência da República, transcrevemos acima trechos do Manifesto do PT, lançado no Colégio Sion, em São Paulo, no dia 10 de fevereiro de 1980, para lembrar a todas e a todos os princípios que nos deram origem. Esse Manifesto, sempre atual, norteou a ação de um partido que se quis democrático, ético, transformador da sociedade brasileira, surgiu para dar voz aos explorados e para estabelecer a diferença no jeito de fazer política no Brasil. Nessa data, saudamos o partido que se construiu abrigando em seu seio movimentos sociais, assim como todas as lutas libertárias e que, no governo, tem buscado a superação de nossa herança histórica de desigualdade e de exclusão social. Saudamos o PT defensor de nossa soberania, do interesse nacional, da integração Sul-Sul (países latino-americanos, do Caribe, da África) e da paz entre as nações. Saudamos o PT em sua história de caminhar sempre com o povo, que amadureceu na luta, assegurando o espaço democrático fundamental às mudanças, fazendo as alianças com movimentos sociais e forças progressistas, buscando a construção de um país justo e de uma sociedade igualitária. Com a ascensão do PT ao âmbito federal, os governos Lula e Dilma conseguiram reduzir a taxa de desemprego, elevar o salário mínimo, distribuir renda, ampliar o crédito, enfim, melhorar as condições de vida e trabalho de milhões de brasileiros, além de resgatar da pobreza uma enorme parcela da população. A inflação foi mantida sob controle, as contas públicas estão organizadas e os resultados dos programas sociais nas áreas de saúde, educação, habitação, entre outras, são significativos. O crédito chegou às mãos do consumidor e das empresas. É importante destacar também a execução de uma série de políticas públicas que estão integrando segmentos sociais vitimados historicamente pela discriminação. Vale citar as políticas de cotas nas universidades para negros, indígenas, estudantes oriundos de escolas públicas, iniciativas de igualdade de gênero, de respeito à orientação sexual e contra a homofobia. Agora é preciso mais, é preciso que todos/as tenham pleno direito à cidadania e aos serviços públicos de qualidade. Chegou o momento de dar passos largos necessários rumo à consolidação de um projeto histórico socialista de emancipação humana. O Brasil vive uma nova situação econômica e social e esta nova situação exige uma política econômica que tenha lado. Se a política de alianças proporcionou avanços durante esse período, não foi suficiente para sanar as disparidades históricas que são marcas de nossa sociedade. A construção de um país mais justo passa por profundas transformações sociais, das quais o atual arco de alianças políticas que sustenta o governo Dilma não se propõe. Daí a necessidade do PT apontar para uma nova estratégia de governabilidade, hegemonizada por uma maioria composta de partidos de centro-esquerda, o que possibilita o enfrentamento à elite e seus privilégios, conseguindo materializar mudanças estruturais que assegurem o surgimento de uma sociedade democrática tanto político quanto socialmente. As jornadas populares de junho e julho, protagonizadas, sobretudo, pela juventude, mostraram que o PT só tem um caminho e que esse caminho segue à esquerda. As reivindicações que tomaram conta do Brasil acabaram incorporando pautas como melhorias no transporte público, saúde e educação e, sobretudo, mostraram a exigência do exercício da política dentro dos limites da ética. Mostraram, ainda, como as alianças com a direita nos desgastam e nos apequenam. Já no início das manifestações, a juventude do PT, bem como outros partidos e organizações de esquerda, manteve-se nas ruas, levantando bandeiras com pautas progressistas, a grande mídia, por outro lado, tentava desqualificar cada vez mais a política, assim como os partidos. A grande imprensa, porta-voz da direita, tentou se apropriar das manifestações, buscando torná-las grandes atos contra o governo federal, desqualificando-as como forma de organização da vida social, visando fragilizar o público em exaltação ao privado, para manter um modelo de sociedade que se pauta na exploração e na mercantilização das relações sociais. As manifestações nos mostraram ser necessário que o PT tenha uma profunda renovação, a fim de possibilitar a volta de uma relação profunda com os movimentos sociais e o estabelecimento de um diálogo maior com a juventude. O PT precisa, para além de escutar os jovens, caminhar ao lado deles. Cabe ao campo democrático-popular conquistá-los por meio do debate de ideias e de ações avançadas nas políticas públicas para esse setor, permitindo que essa parcela da sociedade não se decepcione com a política, mas se sinta parte atuante dela. É importante reafirmar que a crescente institucionalização do PT nas três esferas do Estado trouxe avanços significativos para os trabalhadores e demais segmentos populares. Entretanto, a dependência da chamada “governabilidade” para conseguirmos aprovar e executar políticas públicas de interesse social, teve seus limites nas alianças com partidos conservadores que colocam todo tipo de obstáculos a medidas transformadoras, como a reforma agrária, uma reforma tributária que redistribua renda, a democratização dos meios de comunicação, um maior financiamento do Estado para proporcionar serviços públicos dignos e universalizados, a reforma política, etc. E pior, levou o PT não simplesmente a se submeter a uma pauta conservadora, mas, em boa parte, a absorvê-la. E, mais grave, simultaneamente à institucionalização e às alianças com partidos conservadores para governar, fragilizamos nossos laços com os movimentos sociais, origem e razão do surgimento do PT. Passamos de uma relação que era estratégica, de diálogo com representantes de segmentos que são parceiros históricos, para uma relação utilitária, que recorremos somente quando o governo está em crise e precisa de suporte. O crescimento do PT trouxe também mudanças internas que vêm esmaecendo sua ação na sociedade, fragilizando sua militância ideológica e descaracterizando-o como um partido transformador. Associado a tal cenário, a ação da direita em seu tradicional método de ataque à democracia age sistematicamente por meio da criminalização dos movimentos sociais, de jornalistas independentes, enfim, do exercício da política. Exemplo máximo desta ação que, em um espetáculo midiático, traduziu um claro golpe ao arrepio da Constituição, está a condenação de lideranças históricas do PT através do episó- dio da Ação Penal nº 470, estigmatizada pela grande mídia como “Mensalão”. Não bastasse os ataques da direita e da grande mídia aos companheiros, observamos a ausência de fraternidade e solidariedade de alguns membros do partido, os quais não se contrapuseram devidamente ao resultado do processo, resignando-se diante da condenação midi- ática e judicial de algumas de nossas lideranças. Para além desse triste episódio, há um claro enfraquecimento de nossa democracia interna: os núcleos de base são pauta saudosista da velha guarda; o PED suprimiu o rico debate interno que era realizado nos encontros democráticos e deu lugar a um processo em que o filiado se credencia no sábado de manhã, credenciamento que é antecedido pelo pagamento de sua contribuição partidária, geralmente pela tendência a que pertence, e retorna no domingo à tarde para votar quase sempre sem nenhum debate; os diretórios raramente funcionam regularmente, exceto para cumprir o calendário eleitoral interno e externo; candidatos para instâncias importantes de nossa federação são indicados por um ou dois líderes, substituindo a escolha democrática feita pelo conjunto do partido. Se isso dá certo aqui e ali, aqui e acolá dá errado e a vítima é sempre o nosso partido. Nesses episódios, é fundamental lembrar que o PT surgiu, também, para substituir a política dos caciques partidários que ainda hoje reina no Brasil. Além disso, o PT se transformou em um partido de gabinetes, espaços que vêm, inadequadamente, substituindo as instâncias partidárias. Sem falar nos parlamentares que agem por conta própria, sem dar a menor satisfação à militância, aos princípios do partido e se ocupam, apenas, de se reelegerem indefinidamente. Não podemos, hoje, dizer que temos uma bancada federal que atue pelo PT e segundo o PT. O PT se construiu, entre outros motivos, para dignificar as relações trabalhistas. Deste modo, é inaceitável que as relações de trabalho entre alguns de nossos dirigentes, parlamentares e gestores com seus auxiliares, antes marcadas pelo respeito e profissionalismo, hoje sejam regidas pela exploração, desrespeito e perseguição por divergências políticas, possíveis, inclusive, de se enquadrar como assédio moral. Desnecessário mencionar que muitas vezes a construção da tendência, para auferir vantagens, tem se sobreposto à construção mesma do Partido dos Trabalhadores. Assim, a fragilização da democracia tem suprimido a reflexão coletiva a partir do debate, tem afugentado muitos quadros e militantes ideológicos e transformado o PT num partido cada vez mais tradicional no pior sentido. Além disso, mais de 33 anos após sua fundação, não há vestígios de uma política de efetiva comunicação do partido, que nos permita enfrentar a grande imprensa nas redes sociais, com subsídios, com orientações, e análises de conjuntura para nos garantir um direcionamento. Sem contar que o PT deve continuar lutando pela regulamentação do capítulo constitucional referente à comunicação, especialmente no artigo que prevê a complementaridade entre modelos de comunicação público, estatal e privado. O equilíbrio deve ser a meta, tal como já vem sendo alcançado por outros países da América do Sul. No episódio das manifestações, nos socorremos na leitura de dedicados blogueiros independentes para, minimamente, tentar nos situar na nova realidade. A direita trabalha em tempo real com a grande imprensa e nós nos arrastamos. Outro aspecto preocupante é o crescimento partidário sem critérios. A disputa interna provoca uma verdadeira corrida atrás de novos filiados - arregimentados às centenas, sem acolhimento adequado, ou formação prévia, pessoas que em muitas situações se comportam como “estranhos no ninho” - ocasionando um inchamento e uma descaracterização do partido. Outro fenômeno a ser destacado é a diferenciação econômica entre os candidatos petistas. Se a reforma política - em particular o financiamento público de campanha - é imprescindível para frear o “caixas 2”, mitigar a corrupção e democratizar o processo eleitoral, dando oportunidades iguais para os diversos partidos, isso vale também internamente, pois salta aos olhos a diferenciação entre os nossos candidatos: há os que conseguem recursos facilmente e aqueles que têm de “passar o chapéu”, e a disputa se torna absolutamente injusta. Desde a primeira eleição de que participamos no DF, os candidatos são praticamente os mesmos, que se revezam nas instâncias distrital e federal, o que pode denotar o não-surgimento de novas lideranças ou, pior, o seu sufocamento ou exclusão pelo modus operandi das direções do PT. É preciso analisar também a relação do partido com os governos que elegeu. Certamente o PT tem que dar sustentação política aos governos que comanda, mas esse é um processo dialético, de conflitos, que deve ser mediado pelo debate, porém a subordinação do PT aos Executivos, nas três esferas de poder onde governa, por vezes fragiliza a estratégia do partido. Estamos assistindo a uma verdadeira subserviência - muitas vezes motivada por interesses particulares de seus dirigentes no interior do governo - que tem fragilizado o necessário contraponto do PT aos nossos governos e ferido a autonomia partidária. Todos esses aspectos se manifestam em nível nacional, e no PT do Distrito Federal não é diferente. Por aqui é, provavelmente, uma das causas das dificuldades de encontrar saídas para que o nosso governo tenha sucesso. Temos uma longa e orgulhosa história na capital do país. Lutamos contra a ditadura, por diretas-já, pela autonomia política do DF. Construímos um governo democrático e popular entre 1995 e 1998, que realizou políticas públicas significativas em diversas áreas, como o olsa-escola e a Escola Candanga, na educação; o Saúde em Casa, na Saúde; o Temporadas Populares, na cultura, etc. E que concluiu seu mandato com 80% de aprovação popular, sendo derrotado pelo poder econômico dos coronéis da política do DF. Na oposição, fiscalizamos e amarguramos doze anos de corrupção e desmandos dos governos Roriz e Arruda, até a queda deste, inclusive com sua prisão, quando o escândalo conhecido como Caixa de Pandora desmantelou uma das redes de corrupção mais devastadoras do Brasil. E retornamos ao GDF em 2010 com o candidato que o PT apresentou à população, à frente de uma coalizão ampla, que se queria de centro-esquerda, com grande apoio dos movimentos social e sindical. Cabe lembrar que na época do Encontro do Partido dos Trabalhadores, quando se definiram alianças e se delineou um programa de governo para ser apresentado à população, um expressivo grupo de militantes se colocou contra a extensão da aliança defendida majoritariamente naquele Encontro, por entender que o povo do DF não queria remanescentes do governo que se ia do Palácio do Buriti, ou melhor, do Buritinga, para as páginas policiais. Aprovadas as alianças, a composição do governo extrapolou muito aquilo que foi aprovado no Encontro, trazendo para dentro do GDF toda a sorte de gente que havia sido defenestrada pelas urnas, ou seja, ignorou aquilo que foi votado e aprovado, democraticamente, em uma importante instância do partido. Ignorou o PT que a população brasiliense, ao lhe delegar um novo mandato como líder de uma coligação partidária, queria mudanças profundas na forma de fazer política em nossa cidade; almejava pela ética na política; vislumbrava transparência no trato do dinheiro público; esperava pela recuperação dos serviços públicos sucateados há mais de uma década pela corrupção desenfreada. Queria a população, por meio de políticas que atendessem a maioria, abrandar as profundas disparidades sociais em uma das unidades da federação mais desiguais do país, e buscava resgatar o orgulho de morar na capital federal tão manchada pela sucessão de desgovernos que por aqui tivemos. Acreditou no discurso do então candidato de que “cuidaria da população”, elevando o nível de civilidade e diminuindo a barbárie que ainda hoje aqui permeia as relações sociais. Passados 65% do mandato do nosso governo, em que medida conseguimos satisfazer essas expectativas? Vale lembrar que diversas pesquisas demonstram que nossa gestão é rejeitada pela maioria da população. E que a pouco mais de um ano enfrentaremos um novo processo eleitoral. Assistiremos passivamente o naufrágio do governo? Ou a direção do PT-DF entrará em campo, juntamente com o conjunto do partido e nossos parlamentares, para discutir francamente com o governador a situação do governo? O PT-DF não pode fugir de suas responsabilidades. O que está em jogo é o destino de quase três milhões de pessoas que aqui habitam, ou trabalham. Contingente este de cidadãos que certamente não querem a volta daquele passado tenebroso, mas que ainda não enxergaram em nosso governo a possibilidade de materializar um modelo de cidade que melhore suas condições de vida e trabalho. É preciso agir e aprofundar as mudanças. Dar prioridade a pauta de reivindicações dos movimentos sociais: dialogar e atender as legítimas reivindicações dos trabalhadores, implementar políticas que dialoguem com os setores mais excluídos da população, criando as condições necessárias para vencer as eleições em 2014. Devemos aproveitar o momento que se abre de renovação dos diretórios zonais e distrital para resgatar o PT que criamos em 1980. Isso passa pela oxigenação de suas instâncias com a promoção do debate e um chamamento amplo da militância, para que de forma democrática discutamos tanto os rumos do PT-DF quanto do nosso governo. Queremos de volta o PT das instâncias em funcionamento, democráticas; queremos de volta dirigentes, parlamentares e executivos que respeitem o programa do PT e as decisões de suas instâncias; queremos de volta os debates que nos instrumentalizavam e nos preparavam para o enfrentamento com a direita. Brasília, agosto de 2013. Assinam o Manifesto: Alisson Lopes Park Way Ana Carolina Campos Guará Andrea Pamella Medrado Araújo Taguatinga Andreza Xavier Guará Antonio Alves de Siqueira Sobradinho Antonio Carlos do Nascimento Guará Antonio Lisboa Plano Piloto Artur Lúcio Plano Piloto Benamir José Gomes Júnior Plano Piloto Beto Almeida Plano Piloto Bismarck Paiva Portuguez Plano Piloto Camila Donato dos Santos Guará Caroline Nascimento Pussa da Silva Guará Carlos Cirane Guará Carlos José das Neves Ceilândia Carlos Augusto São Sebastião Claudio Antunes Correa Taguatinga Cláudia Bullos São Sebastião Cláudio Moreira Aguiar Ceilândia Clerton Oliveira Plano Piloto Cosmo Balbino Taguatinga Cristiano de S. Calisto Núcleo Bandeirante Dadir de Jesus Costa Paranoá Danielle Veloso Guará Dhara Cristiane Cruzeiro Edna Barroso Taguatinga Elaine Ribeiro Ceilândia Eliane Soares Paranoá Elizeu Sena Plano Piloto Enéias Bastos Paranoá Érika Kokay Plano Piloto Fellipe Mendes Pereira Guará Francisco Celso Recanto das Emas Francisco José da Silva Cruzeiro Guidi Nunes Ceilândia Guilherme de Azevedo França Plano Piloto Hélio Madalena Plano Piloto Ilson Veloso Bernardo Ceilândia Iranita Cassimira Garcia Guará Isabel Portuguez Plano Piloto Ivonete Barbosa Braga Paranoá Jacques de Oliveira Pena Lago Norte João Braga Paranoá João Carlos Machado Plano Piloto João Solano Júnior Sobradinho Jonatas Moreth Taguatinga José Aristóteles Felipe Plano Piloto José Ivan Mayer Plano Piloto Josibel Rocha Planaltina Jucimeire B. da Silva Plano Piloto Lêda G. de Freitas Taguatinga Leida dos Santos C. Veloso Taguatinga Leila Maria de Jesus Paranoá Lelton Melo da Fonseca Samambaia Leonardo Max Nascimento Guará Leovane Gregório Taguatinga Luciana Custódio Guará Luis Alberto Gomes Miguel Candangolândia Luis Domingos Plano Piloto Luis Guilherme Nascimento Guará Luis Roberto Vieira Cruzeiro Marcelo Meneguim Águas Claras Marco Antonio Dias Bonfim Ceilândia Marco Aurélio Braga Cruzeiro Marcos Silvio Pinheiro Cruzeiro Maria da Glória Bonfim Yung Guará Maria Cristina Santana Taguatinga Maria Francilma Taguatinga Maria Lúcia Iwanow Plano Piloto Maria Margarida P. Coelho Plano Piloto Maria Tameme Soares Plano Piloto Martha Guimarães Plano Piloto Mauro Sérgio Ceilândia Mônica Caldeira Ceilândia Neide Nascimento da Silva Guará Nelson Mendes do Nascimento Guará Nilson Araújo Plano Piloto Olga Cristina Rocha de Freitas Plano Piloto Paulo Henrique Santana Nascimento Guará Paulo Roberto Gomes Miguel Candangolândia Paulo Spolidório Plano Piloto Pedro Lacerda Taguatinga Pedro Osmar Flores de N. Figueiredo Plano Piloto Renata Callaça G. Santos Plano Piloto Renata Minora Guará Roberto Liao Plano Piloto Ricardo Pacheco Paranoá Rodrigo Rodrigues Cruzeiro Rosilene Correa Samambaia Samanta Portuguez de Sousa Gomes Plano Piloto Selassie das Virgens Júnior Taguatinga Sueli Coqueiro Plano Piloto Susana Moreira de Lima Sobradinho Vanessa Garcia do Nascimento Guará Vitor Machel Guará Viviany Lucas Waldek B. Santos Ceilândia Willian Mendes Nascimento Guará Wilma dos Reis Rodrigues Riacho Fundo

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sarau no Agrourbano

No dia 11 de junho de 2013, 21h, faremos o I Sarau entre amigos no CEF Agrourbano no projeto realizado pelas cadeiras de história e artes, contaremos com a presença do músico e educador popular Diego Dutra (mobilização social/cultural e ambiental- M.O.S.C.A) e também entre uma música e outra serão lidas mensagens positivas escritas pelos nossos maravilhosos alunos. Contamos com a energia de todos. Desde já muito obrigado. Abraço fraterno. Max Maglen ( Artes) Álisson Rafael(história)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Assim acontece o currículo em movimento...

Prezados amigos, Ontem, aconteceu à feira cultural do Cef01 do Núcleo Bandeirante, o Sapão, foi um dia especial com apresentações de alunos, professores e convidados. Os alunos da 6ª série F (sou professor conselheiro) conjuntamente com o músico Diego Dutra (membro do grupo de mobilização sócio cultural e ambiental- M.O.S.C.A), apresentaram um pequeno show com rap e música sertaneja ( talento e versatilidade), foi um grande sucesso. Depois de um tempo sem jogar capoeira, joguei na roda de um dos convidados, organizada pelo Grão- Mestre Fumaça (Associação Cultural de Capoeira movimento navio negreiro) e seus alunos, contamos ainda com a valorosa presença do mestre Wislley (conselheiro tutelar da Candangolândia). Aí foi só axé, joguei regional e angola. A educação no seu sentido mais amplo definitivamente é libertação. Salve o Grão- mestre Fumaça (joguei angola com ele), salve o Mestre Wislley, salve todos os jogadores da roda. Parabéns aos alunos, professores e a direção do Sapão. Agradeço também o convite do mestre Huguinho para o “ II capoerando” , evento que não participei por motivos de força maior, mas mentalizei meu axé para seu sucesso. Salve o grande Mestre Huguinho. Álisson Rafael

quinta-feira, 28 de março de 2013

“CELEBRAÇÃO DAS ÁGUAS DA ARIE GRANJA DO IPÊ E DO MUNDO”

Prezados, Participei do evento “CELEBRAÇÃO DAS ÁGUAS DA ARIE GRANJA DO IPÊ E DO MUNDO” na Unipaz, realmente lá é um lugar mágico e ficou acordado que dia 08/05/2013, sábado, vespertino, faremos outra atividade na própria UNIPAZ com roda de capoeira, grafite, música e um bom debate sobre preservação ambiental. Conto com os educadores do povo para mais esse evento. Entrem em contato: Fundação Cidade da Paz Universidade Internacional da Paz +55 61 33802069/2239/1828 unipaz@unipazdf.org.br --

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quando Deus der asas à cobra

Diariamente trabalho como professor com uns 200 alunos, mais seus responsáveis e debatemos sobre política. Contudo, percebo que existe uma descrença generalizada em relação algumas instituições antigas, às vezes a própria estrutura do estado brasileiro e seu perfil burguês. As criticas continuam sendo semelhantes às aquelas levantadas por Marx e outros estudiosos do capitalismo. É nesse cenário que o povo tenta novas alternativas, vejo isto no DF, eu mesmo, votei e me filei ao Partido dos Trabalhadores, porque sou trabalhador não sou burguês, e entendo que na minha procura por soluções sociais mais humanas quero lideranças progressistas, de esquerda, compreenda uma liderança de esquerda de verdade tem um abismo em relação uma liderança de direita, seja na postura, na filosofia e acima de tudo na ideologia, o modo de fazer tem que ser diferente. Vislumbro pessoas que pela confiança do povo direta ou indiretamente gozam do poder institucional, mas nem sempre fazem o que o povo quer e precisa, principalmente, aqueles que são indicações que não foram eleitos. Na minha concepção, alguns quando tem a máquina a usam como meio de mobilização artificial, sem ela não reúnem meia dúzia de pessoas. O povo quer sim mudança e quem levanta a bandeira da esquerda tem que sim estar comprometido com a mudança social, mostrando isso com ações efetivas. É por este motivo que me reconheço como base popular e sindical. Não quero ser liderança, pois para um militante de esquerda quem manda é o coletivo, a base, uma liderança legitima, é o instrumento da vontade popular, sem fetichismo, estrelismo. A democracia tem que ser radical. A burguesia detêm os meios de produção e poderio econômico, enquanto trabalhador deve promover a consciência de classe. A verdadeira liderança vem do povo, da sociedade organizada, grupos: como o M.O.S.C.A no Guará; o artista plástico Julimar; o cineasta Lucas Rafael; o corajoso Toninho Guerreiro; a professora Neide Rafael, professor Marco Aurélio o preletor Paulo Cesar, o mestrando Tony, o padre Mário,o mestrando Bill, o Sensei labareda, a guerreira Fátima Mustafa, o babalorixá Julio Cezar, entre outros tantos que militam no Guará e são bairristas na concepção da busca do bem comum. Quando estes entes históricos, legitimados pelo povo estiverem com o poder institucional em mãos, acredito numa solidária revolução social. O proletário, Álisson

quinta-feira, 14 de março de 2013

*"Celebração das Águas"*

> Brasília, 12 de março de 2013. > > > > CONVITE > > > > Convidamos a todos, para o encontro "Diálogos da Comunidade da ARIE Granja > do Ipê - Definição de Estratégias para uma gestão participativa." > > Tema: *"Celebração das Águas"* > *DIA:**14 de MARÇO de 2013 (quinta-feira)* > > *LOCAL: FUNDAÇÃO CIDADE DA PAZ - Sede (Sala de Vidros)* > > *TELEFONE: 3380-2239* > > > > *HORÁRIO:* *15hs* > > > > Atenciosamente > > > > Ivanete > > -- Fundação Cidade da Paz Universidade Internacional da Paz +55 61 33802069/2239/1828 unipaz@unipazdf.org.br

quarta-feira, 13 de março de 2013

O líder comunitário Harrison Melecchi

Completaram dois anos do falecimento de um grande companheiro, Harrison, “alemão”, militante do PDT da linha brizolista, educacionista e defensor de uma educação pública com qualidade, fez um grande trabalho com a educação popular. Nas boas conversas que tivemos, ele sempre demonstrava de forma tranquila firmeza em suas convicções e ações. Esta semana em sala de aula recordei desse grande companheiro, quando encontrei um aluno crítico, anarquista, 14 anos, leitor de Proudhon e Bakunim, crítico do capitalismo, seu argumento radical me fez lembrar, do educador supracitado, pela postura, também me fez relembrar , quando aos 19 anos, entrei numa sala de aula pela primeira vez, como professor e acreditei, e acredito, que poderia, e posso, colaborar com a transformação da sociedade para um lugar justo e igualitário, não é utopia, mas uma construção de gerações. Vida longa ao jovem anarquista e você, meu amigo Harrison, sua memória será honrada por cada jovem que contrariando o neoliberalismo, o consumismo, acredita na justiça social.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

" causos" da capoeiragem

Hoje a prática sistemática da capoeiragem está mais distante do meu cotidiano, tenho mais feito leituras e escrito sobre a capoeira do que propriamente praticado. Esporadicamente participo de rodas, canto e jogo. Situação que mudarei, já que nos meus planos de sustentabilidade a vadiagem na capoeira faz parte. Mas as experiências no universo da capoeira são peculiares, por exemplo, o rito da roda é marcante, tanto pelos “causos” que são contados quanto pela vivência e os fundamentos. Não irei descrever nada complexo, como aprendi a jogar um “mortal”, até porque não aprendi, pois embora na capoeira tenha aperfeiçoado minha coragem, também aperfeiçoei minha mandinga e não me jogaria ao espaço para executar um movimento que com certeza alguém morreu fazendo, ou por que teria esse nome? Então primeiramente, como entrar na roda e comprar o jogo? Para entrar na roda tem que levar em conta algumas considerações, tais como se colocar ao pé do berimbau junto ao capoeirista que naquele momento coordena a roda e ao sinal de positivo, compra-se o jogo. Meu primeiro nocaute foi involuntário por parte do meu adversário, pois quando entrei no jogo, entrei nas costas de um dos jogadores, obviamente ele não me viu e com a movimentação de braço, o gingado, tomei uma cotovelada no queixo que expandiu minha perspectiva de visão e vislumbrei estrelas. Ficou a lição, seja ligeiro e proteja o rosto no jogo de compra. Outra experiência dolorosa, mas não menos instrutiva, é que no jogo, quando se pratica o movimento conhecido como aú, faça rápido e esteja preparado para evoluir, caso algo aconteça no trajeto, o movimento para uma “ponte”. Pois uma vez jogando capoeira com um conhecido mestre, executei um aú bonito, pernas esticadas movimento suave, mas fui interrompido abruptamente por uma cabeçada certeira no meu abdômen que me fez desmoronar de costas no chão. As primeiras rodas de capoeira que frequentei eram rodas de rua, abertas aos que desejassem se aventurar, o jogo que se desenvolvia era regional, a capoeira conhecida como angola só fui conhecer quando já era capoerista e batizado na regional. A capoeira regional tem um estilo diferenciado da angola na movimentação e no toque, o aú da angola é miúdo, da regional é mais acrobático. As diferenciações não se resumem a movimentação, mas no próprio ritual, mas é conversa para outra hora. Axé, camaradas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Homem sem medo parte II.

Escuto que antes a educação era melhor, fico tentando me localizar no tempo e no espaço, quero saber para o povo pobre quando foi melhor? Na monarquia, no Getulismo, na ditadura militar, esta última inquiriu Paulo Freire. Que saudosismo dantesco, ou melhor quixotesco. A educação era melhor antigamente para quem? Quantos milhões tinham acesso ao ensino escolar? De fato gostaria de ouvir as lideranças agnósticas, ateus, teistas, deistas, evangélicos, católicos, islamicos, candomblés, umbandas,entre outras e os emblemáticos partidos políticos esquerdistas, progressistas, direitistas, neoliberais, e tantos mais. Para entender por que nenhuma religião ou ideologia, ou todas juntas, marcou o coração, a mente de uma juventude perdida no mundo funebre dos entorpecentes. Será, me desculpe a mera especulação, que é a visão da janela? Olhar o caos de fora, uma sociedade do ter, do consumir, o avesso da sustentabilidade, onde o gozar o consumo imediato e predatório gera orgasmos de prazer. Como disse Gramshi:- ...é a mercantilização do homem, o ouro de Midas e sua maldição. As convulsões sociais não transformam a atitude deliquente em revolução, transformam sim, e como tem transformado jovens em destemidos furtadores de carros, gulosos cheiradores de pó e fumadores de maconha com merda de cavalo, ops, as vezes a mais pura merda de cavalo. Não posso falar do que não compreendo, acompanhei a vida de alguns camaradas que não foram convencidos, não tinham convicções, metas, objetivos e hoje quando vivos, aos trinta e tantos anos, estão recolhendo estilhaços, fragmentos de sonhos e sobrevivem mutilados. Quilombola, Álisson Rafael