Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Liberdade e diversidade

O Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios realizou, na última sexta-feira, dia 31/10/2014, audiência pública sobre enfrentamento à discriminação em razão de orientação sexual. Estiveram presentes no evento representantes da sociedade civil, do governo do Distrito Federal, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Universidade de Brasília. Eu participei, representando a OAB-DF em sua comissão especial de diversidade sexual, e defendi que o tema seja debatido também nas escolas, pois o debate tem como base o respeito à diversidade. Numa sociedade do século XXI, o Brasil como potência emergente, não pode deixa que pessoas sejam discriminadas, massacradas, assassinadas por causa de seu gênero e ou orientação sexual. É uma questão de liberdade e civilidade. Abraço Fraterno, Álisson Lopes

Decepção Dr. Agnelo

Hoje saudei meu orixá na mata, e pensei comigo como o mundo precisa de paz, de solidariedade, logo de imediato veio a imagem do Papa Francisco, ser humano magnífico que reconhece o direito dos mais pobres, dos sem terras, dos indígenas e tantos outros que são oprimidos diuturnamente, e sim ele me encheu o coração de esperança, ouvir as mensagens desse homem receitando tolerância religiosa e perdão, me animam. Minha militância recebe esta luz de esperança que transcende partidos, religiões e qualquer outra mesquinhez que separe a humanidade. Fico esperançoso pelo exemplo do Papa, apesar da decepção em minha terra natal com o Dr. Agnelo Queiroz que ultrajou a memória de luta de todas as pessoas que com próprio sangue se sacrificaram pela liberdade e o elegeram governador. Vai embora Dr. Agnelo e por gentileza faça a humanidade de sumir da vida política de Brasília. Abraço Fraterno, Álisson Lopes

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Homenagem aos guerreiros do povo

No dia 22 de novembro, o Cef01 do Núcleo Bandeirante , Sapão, prestou uma homenagem a Zumbi dos Palmares e os seguintes Mestres de capoeira: Eduardo Coelho Segovia- Mestre Foca Jomar Vieira de Araujo - Mestre Jomar José Paulo Santos - Mestre Paulão André Luiz Coutinho- Mestre André José Carlos Alves Pereira- Mestre Kall José Bispo Correia- Mestre Pombo de Ouro Risomar Torres Arruda- Mestre Risomar Josimar Barbosa dos Santos - Mestre Ratinho Paulo Henrique Lima -Mestre Paulo de Sobradinho Eduardo Gomes Da Silva- Mestre Risadinha- "in Memorian" Hugo Leonardo- Mestre Huguinho Paulo Reis- Contra-Mestre Geleia Saravá mestres, os Senhores são guerreiros de Zumbi!!!

Ode ao Mestre Pombo de Ouro

O Mestre Pombo de Ouro alertou muitos e repetiu para mim que “Existe um Mestre perigosíssimo chamado Ego.” E foi assim que comecei a conversa com um dos homens mais sábios que já conheci em minha existência. Sua paz e energia me tranquilizaram, ensinou-me que quem manda na roda é o Mestre, tal qual, uma pessoa manda na própria casa, falou do ritmo e do invisível e que a roda tem dono, “Oquê aro” e Ògún ieé, explicou que nada é por acaso, nem casamento, filhos e família. Ele agradeceu a homenagem que nós do Sapão prestamos a ele e eu reverenciei todos os ensinamentos que aprendi e compreendi com ele. Saravá Pombo de Ouro! Seguirei teu exemplo e seu axé, serei como a flor de Lótus que não se suja na lama. Álisson Lopes

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Direitos Humanos após a II grande guerra

Mais de 50 milhões de pessoas morreram ao término das duas grandes guerras mundiais e foi com a criação da ONU, ao término da segunda grande guerra, que à sociedade mundial conseguiu forjar a “Declaração Universal dos Direitos Humanos” com embasamento na formação de novas mentalidades que valorizam a diversidade racial-étnica, religiosa, cultural e política. No primeiro ordenamento jurídico que se tem conhecimento na antiguidade “o código de Hamurabi” vociferava “o olho por olho e o dente por dente”, correspondia a um justiçamento sumário e impiedoso, onde o mais fraco era oprimido. Mas mesmo na idade contemporânea as duas grandes guerras mundiais do século XX intensificaram todo o aparato bélico voltado para destruição em massa, os vencidos eram tratados como sub-raça e cobaias sofrendo seviciais, passavam por um processo cruel e doloroso de desumanização. A luta permanente em defesa dos direitos humanos passa pela aceitação do diferente e respeito à diversidade de gênero, cor, credo, sexualidade, política, entre outros. Uma concepção tão necessária ao desenvolvimento da civilização humana, ao longo da história temos exemplos de violações institucionais, tais como na Roma Antiga só eram cidadãos os que fossem romanos, ou até, no Brasil colonial que negros eram coisificados e tratados como escravos. E na atualidade ainda sofremos com violações onde mulheres são vítimas do machismo, homens e mulheres negras vítimas do racismo, homossexuais espancados, e outros tipos de violações recorrentes em nossa sociedade. Eis que surgem os direitos humanos para que a existência humana evolua e encontre uma comunhão global. Ao final da segunda grande guerra faz-se necessário a existência da Declaração dos direitos humanos como marco civilizatório de uma busca pela emancipação humana fraterna e global. Álisson Lopes

PSDB e o Neoliberalismo

O liberalismo defendido pelo PSDB é o neoliberalismo, defensor de um Estado mínimo, promotor de terceirizações e adepto da lógica “vença o mais forte”. Está nítido no plano de governo mais privatizações de Estatais, inclusive de Bancos. Realmente é uma política que atende a lógica do mercado especulativo, “salve-se quem puder”, fortalece as grandes corporações transnacionais e o pobre que morra, pois é mão de obra barata. O governo Dilma está longe de ser socialista e a pobreza, infelizmente, longe de ser erradicada. Mas um governo neoliberal “PSDBista” é direita , prega flexibilização de direitos trabalhistas, governa em nome do capital e não do povo, para o liberalismo e sua versão mais agressiva o neoliberalismo, o povo é coisa, e governar para pobre é prejuízo. Eu me ajoelho todos os dias e humildemente peço ao senhor Jesus Cristo que ilumine todos os governantes para que façam governos do povo e para o povo sendo que a condição humana prevaleça sobre o capital. Álisson Lopes- Professor, Advogado e capoeirista.

domingo, 21 de setembro de 2014

Para Miguel com amor

Tantas coisas um pai deve falar para um filho sobre amor, futebol, política, sexo, violência, sobre como fazer a barba, enfim é preciso uma vida e mesmo assim terão palavras que faltarão em ser ditas. Mas gosto de pensar que um dia, meus filhos, irão ler tudo que foi registrado aqui e compreender um pouco deste ser que escreve e os ama muito. Você, Miguel, nasceu numa quinta pela manhã, uma quinta feira quente e seca, com trânsito engarrafado, um dia normal de Brasília até você nascer, aí brilhou o sol de um jeito diferente, você me deu mais vida na minha vida. Você é a última parte da trilogia: Guilherme, Rafael e Miguel. Hoje quase aos 40 anos, sou flamenguista, e politicamente sou de esquerda/progressista, faço parte de alguns grupos que defendem os direitos humanos e ministro aulas de história. Aprendi a ser mais crítico na faculdade de história e seguro na faculdade de direito. Mas vivo numa época veloz na transformação dos costumes e com vários conflitos ocasionados pela desigualdade social. Nós moradores deste planeta azul, ou respeitamos a natureza e a própria dignidade humana ou provocaremos nossa destruição. Álisson Lopes

domingo, 7 de setembro de 2014

Amado de todos os santos

Não poderia de deixar de registrar aqui, neste espaço que tanto respeito, uma singela resenha sobre o que li e aprendi na obra do mestre Jorge Amado. A obra “Bahia de todos os santos”, na minha humilde interpretação, apresenta-se como uma ode à Bahia, um roteiro majestoso em que o camarada Jorge Amado permite ao leitor vislumbrar a Bahia com seus olhos de sabedoria e louvor a sua terra mãe. Vislumbram-se artistas, músicos, poetas, capoeiristas como o Mestre Pastinha e o Mestre Bimba. Engrandece a cultura negra brasileira e sua ancestralidade africana. Acredito que todo brasileiro deveria se deliciar com a narrativa deste socialista que demonstra a cor e cultura da nossa nação. Seus personagens reais, tais como Glauber Rocha, Caetano, Gil,Vinicius de Morais, entre tantos outros, todos lembrados e como já registrei anteriormente a obra de Jorge Amado enaltece a amizade aos mesmo tempo que liga todas essas entidades progressistas e de vanguarda. Vejo em sua obra um engajamento social que combate às mazelas mesquinhas impostas pelos dominadores aos dominados, o mestre Amado, se posiciona de forma contundente contra os reacionários. E é na força de seu exemplo e na força de seus personagens reais e fictícios que mesmo não sendo considerado negro, neste país racista, que reconheço minha negritude e luto pela liberdade. Álisson Lopes

sábado, 26 de julho de 2014

Suor de Jorge Amado

A obra SUOR do escritor Jorge Amado, é acida, demonstra em um casarão no início do século XX à extrema pobreza na Bahia. Jorge Amado, militante comunista, descreve e narra as contradições de uma sociedade capitalista atrasada, dependente do capital externo como era a brasileira da época, onde explicitamente o conservadorismo provinciano das elites estagnava o país, e perversamente impunha à miséria humilhante ao povo pobre. Hoje, avançamos socialmente e economicamente,embora ainda estejamos longe de um patamar justo e aceitável no que tange o índice de desenvolvimento humano, significa que é gente brutalizada pela fome e a pobreza, as contradições próprias do modo de produção capitalista persistem. Contudo, existem manifestações das "consciências" de classe que combatem as mazelas do racismo, da homofobia, do machismo, da intolerância e da desigualdade social. O Brasil ainda constitui um país de contradições em que convivem conflituosamente entre avanços progressistas, revolucionários, como também os demagógicos paliativos revisionistas, e os mesquinhos paradigmas arcaicos, defensores de uma sociedade hierarquizada, do eurocentrismo que alguns teimam em sustentar. Álisson Lopes

Amor

O amor existe sim! O amor doce como uma jabuticaba que não dá vontade de parar de comer e sentir o sabor; O amor existe sim! Louvação aos amantes que experimentam o amor, o amor de cuidar, de respeitar, de querer, de admirar, de não deixar, de reconhecer; O amor existe sim! O amor faz conhecer, compreender, viver junto, comer, beber, sorrir, chorar e compartilhar; O amor existe sim! O amor não tem culpa de não ser correspondido, ou de ser efêmero como chuva no sertão, durar uma pequena fração de segundos, mas mesmo pequenino assim muda uma vida; O amor existe sim! O cuidar, o acreditar, a convicção do companheirismo, não tem como mensurar; O amor existe sim! Mas tem peleja, tem desarranjo, tem enrabicho; O amor existe sim e faz o mundo girar.

domingo, 20 de julho de 2014

O sol é para todos

O sol de ofício abrasa as costas do trabalhador, É arguto o que se esquiva da eficiência solar nos momentos mais radiantes em terras terrestres; Na vida que aprendi nos quartéis em baixo do sol, aqueles que me quebraram, me domesticaram com doutrina e dor, tinha como mantra em suas paredes e bocas de fardas que “ o sol é para todos e as sombras para alguns”; É arguto o que se esconde nas sombras? Que deixa a maioria ao sol; É infeliz o que se reflete ao sol? Pago pelos vendedores de tranquilidade e subordinação; Admito, nunca fui um exímio vendedor, já me iludi e iludi uns tantos em matutar em vender ideias. Entretanto, em meio a tantos contratempos, faz um bom tempo que socializo meus sonhos, para junto com outros e também seus sonhos, tornarem tudo esperança. A crise de representatividade não atenta só contra minha musa democracia, amor platônico, mas a fé na retidão humana rumo ao progresso progressista, ou que seja, ataca também a outra via, aquela que serpenteia pelo caminho em busca de um raio de sol, a evolução, sim a revolução da vida. O sol é vida e morte nas costas de quem abraça. A sujidade de quem usa o sol como instrumento de sevícia é também a que destrói a crença na solidariedade. Acredito em Deus e ele é solidariedade e sol; Se tu esperas fórmula para vida, acomoda-te na longa fila de espera, porque em determinado momento tudo que você acredita pode não fazer sentido ou parecer perdido; Aí, meu pobre, não haverá razão para você, ou então, mostre tua intuição, tua metafísica, que tenta se explicar mais não consegue; É assim que se acha o caminho, talvez, se perdendo, não quando se traça sem perder, mas quando se perde e tem que voltar. Veja o sol e lembre que olhei para ti. Álisson Lopes

quinta-feira, 26 de junho de 2014

MILITÂNCIA E POLÍTICA

Devo confessar que já passei muito tempo militando pelas bandeiras que acredito, contudo, sei que ainda é pequena minha contribuição. Mas faço uma auto justificação, já que hoje sou pai de três filhos e compreendo que na atualidade minha maior militância deva ser na formação de meus filhos e isso se faz sendo presente. Algumas pessoas me indagam se sou político? Sim, eu respondo. Eu sou um ser humano, e como todos os meus pares temos como característica vital a política, pois somos seres políticos natos. A grande professora Marilena Chauí ensina em sua obra “O que é ideologia”, que somos seres políticos sendo inerente a nossa natureza, como também aponta as escolas, as igrejas, os partidos políticos como aparelhos ideológicos do Estado. Então nobres senhores e senhoras, meus amados filhos, sou sim um político errante que tomei partido na atual conjuntura, e sei que mudanças são construídas diariamente na formação de um ser político, portanto, todos somos seres políticos, nascemos com essa sina. Porém faz-se necessário o aperfeiçoamento como tudo na vida e principalmente no pensar. Eu milito na defesa de uma política honesta, ética e transparente para todos, na defesa dos direitos humanos, na divulgação da capoeira como brasilidade e ação afirmativa, no respeito à diversidade cultural, especialmente no que tange a tolerância religiosa, ao respeito ao outro. O intelectual Chaplin já nos provocou afirmando que não precisamos de mais máquinas, mas de mais humanidade. Hoje, a minha militância me conduz ao debate com lideranças atuais e não deixarei de apresentar e discutir as bandeiras políticas que eu e minha geração, ou parte dela, defendem. É o que quero que meus filhos vejam quando eu não mais estiver aqui, que não neguei minha humanidade, tampouco minha militância e nem a condição de ser político dentro e fora do lar. Álisson Lopes

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Combate à crise de representatividade política partidária no Brasil

<i>Papo ligeiro: Eu, humildemente, acredito que a melhor forma de afastar a crise de representatividade vigente passa por algumas atitudes e ações, como: 1- Primeiramente, o povo efetivamente participar da política e fiscalizar os mandatos de seus representantes; 2- Vejo como segundo passo pressionar de forma coordenada a reforma política e o financiamento público de campanha, pois somente assim teremos pessoas das camadas populares participando da disputa política com condições justas. Atualmente o capital define a composição da bancada do congresso. 3- Presidentes, governadores, senadores, deputados federais, deputados estaduais, deputados distritais, prefeitos, vereadores são representantes constitucionalmente eleitos pelo povo, então são servidores do povo e não de transnacionais. Devem estar com a base popular e quando não estiverem não devem ser reeleitos. 4- Devemos participar da luta por direitos humanos, respeito à diversidade seja sexual, cultural, religiosa, etc. Se um candidato não se preocupa por questões tão fundamentais, não merece seu voto. 5- Não levante o nome de quem não merece uma liderança que não reconhece a força da base, não merece ter teu voto. Álisson Lopes

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Quando tudo faz sentido

Acredito que quem trabalha com educação sinta, as vezes, algumas amarguras, porém temos os momentos de vitórias. O III encontro de Direitos Humanos e diversidade no Sapão foi assim, tivemos uma comunhão de capoeira, feijoada e amizade. Agradeço a todos que participaram, aos mestres, aos professores e alunos. Salve a humanidade. O axé da roda recarrega as energias.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

III encontro sobre Direitos humanos e diversidade no Sapão

Prezados amigos , No dia 17 de maio, às 11 horas, no Centro de Ensino Fundamental 01 do Núcleo Bandeirante- Sapão, Avenida Contorno, área especial 07, Setor Tradicional, faremos o III encontro sobre Direitos Humanos com uma deliciosa feijoada comemorando paz e amizade. Pedimos a confirmação antecipada no evento e a contribuição solidária de 10 reais. Neste encontro estarão presentes a comunidade escolar e todas as nossas parcerias. Parte da contribuição solidária será revertida para a formatura do nono ano de 2014. Abraço fraterno, Equipe Gestora.

Menores Infratores em conflito com a lei: ressocialização

Prezados e Prezadas, É com imensa honra que o Centro do Ensino Fundamental 01 do Núcleo Bandeirante-Sapão (Avenida Contorno, AE 07, Setor Tradicional), convida a comunidade do Núcleo Bandeirante e os demais interessados para a aula expositiva dialogal sobre: "Menores em conflito com a lei: ressocialização". Será às 20 horas, quarta feira, dia 14 de maio. Atenciosamente Equipe gestora

Hora de votar

Prezados militantes, Já estamos em meio a um processo eleitoral, a construção de uma nova sociedade justa, mais humana depende do amadurecimento político do povo, da sua emancipação política e mobilização. Eu no meu pequenino tamanho apelo para cada militante progressista que levante sua bandeira novamente nessa eleição contra a homofobia, o racismo, a corrupção, a violência e a desigualdade social. Peço, humildemente, numa busca ontológica que juntos encontremos uma sociedade humana e solidária. Para tanto, envio essa mensagem aos militantes que conheci ao longo da minha vida e que conheço o imenso valor, para apreciarem e apoiarem as duas candidatas que representam todos ideais supracitados: Rejane Pitanga (Deputada distrital) e Erika Kokay( Deputada Federal). É hora de construir alianças e fortalecer nossos coletivos. Conversando com o deputado federal Chico Lopes (PC do B) representante do povo do Ceará, ele disse que o momento é emblemático e que forças reacionárias atentam contra a liberdade, e vejo isso com os atos de intolerância e de falta de esperança na própria democracia. Toda violência contra a mulher, contra o homossexual e tantas outras formas de violência, ameaçam a democracia e o progresso. Portanto, sem medo de parecer ridículo, peço que o senhor e a senhora analisem as candidatas supramencionadas e as honrem com seu precioso voto. A Militante Érika Kokay é conhecida por sua luta pelos direitos humanos contra o racismo, a homofobia, contra grupos de extermínio, contra o abandono nos hospitais psiquiátricos e a militante Rejane ajudou na implementação da gestão democrática nas escolas do DF, também conseguiu desativar o CAJE criando novas instituições que dão uma real oportunidade de ressocialização ao menor, estive no “Ciago(internação de menores)”, o nome antigo, e pude comparar com CDP(presídio de adultos) próximo a PAPUDA, e vi que a primeira instituição reformulada oportuniza de fato a ressocialização do menor. Enquanto o CDP, dados oficias, tem 70 por cento de reincidência. Ainda acredito que podemos mudar essa sociedade de forma processual, pacífica e pelo voto. Abraço fraterno, Álisson Lopes

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Vote em defesa dos Direitos Humanos

Considerando os princípios fundamentais da Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 1°, inciso III (“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado de Democrático de Direito e tem como fundamentos: ...III -- a dignidade da pessoa humana;”); Considerando o Artigo 3°, IV da Constituição Federal (“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:...IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”); Considerando o Artigo 5°, caput (“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, ...”) Portanto lutar pelos Direitos Humanos é garantir um Estado constitucional de Direito, é possível sim neste país se fazer uma revolução de forma processual e pacífica, o que não pode se deixar é que manifestações reacionárias continuem desafiando os princípios constitucionais do nosso país, tais como se apresentam na prática do racismo, da homofobia, da intolerância religiosa e do machismo. Não faço culto à personalidade, mas apoio a companheira Érika Kokay pelo que sua trajetória representa no cenário nacional como legítima representante da constituição Federal Brasileira, dos Direitos Humanos e das liberdades individuais e coletivas. Respeito à militante supramencionada, mais acima de tudo, comungo com sua bandeira em defesa da dignidade humana e na construção de um projeto maior de sociedade livre. Marx dizia: “que a tradição de todas as gerações oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”. É preciso atentar que a sociedade passada que não garantia a diversidade cultural era autoritária mesmo travestindo-se de democrática em alguns momentos. O debate atual, sobretudo o Estatuto da Família onde alguns grupos tentam restringir o conceito de família em um núcleo formado por um homem e uma mulher põe-se alheio a realidade brasileira, onde o conceito de família é muito mais diverso. Nas escolas, nas igrejas, nos partidos políticos, todas as instituições políticas desta nação plural que é o Brasil, devem atentar que a evolução humana caminha para o respeito à diversidade e não a homogeneidade da humanidade. Álisson Lopes

sábado, 12 de abril de 2014

O imperialismo existe sim !

Brincar de viver: escrevi ouvindo essa música interpretada por Maria Bethania Prezado amigo , Realmente, a correria infame dos dias atuais nos separa dos bons debates, de fato, às vezes me sinto como um operário alienado massacrado pela pesada rotina braçal que o impede de ver como é bom viver à vida com música, poesia e literatura. Porém, tenho conseguido em meio tantos “entretantos”, vislumbrar o crescimento dos meus filhos, que é o fato/ato, mas importante que um homem pode desejar fazer, que é criar seu filho, e logo, com o outro (a) que já vai chegar. Desculpe-me, mas do texto que você cordialmente me enviou, respondo teimosamente sobre o tal e distante “imperialismo” que o companheiro Beto Almeida tanto fala e crítica. Antes fosse só um jargão do esquerdismo pós-segunda guerra, ou até antes já visto por Marx no século XIX. Contudo, meu amigo, essa ideia abstrata e tão deslocada da realidade diuturna, segundo a visão de muitos, marcou a ferro quente a África em sua colonização, descolonização, violentando até hoje, pela mesma rapina de matéria-prima e vidas, “diamantes de sangues.” Como a praga é global, o que dizer da exploração das veias abertas da América Latina, bem ilustrada na obra de Eduardo Galeano de mesmo nome. E não podemos esquecer também dos cinquenta milhões de pessoas que morreram no saldo final das duas grandes guerras, fruto dos conflitos interimperialistas, isso tudo aconteceu num período recente da história da humanidade, um século, um pequenino tempo, quando minha mãe nasceu tinha acabado de terminar a segunda guerra. Então, o imperialismo não é tão distante, na realidade é uma das manifestações do capitalismo expansionista que em sua fome infinita precisa de consumismo e matéria-prima, sofre metamorfoses, se atualiza. No caso, da própria Venezuela, logo quando Hugo Chavez assumiu o poder com sua política bolivarista e antiestadunidense, o país foi ameaçado de invasão pelos E.U.A , sem contar as invasões da mesma potência no Afeganistão e no Iraque. Tudo, ilustre amigo, evoluiu, os processos de dominação e exploração avançaram, mas quando uma potência topa com os interesses das outras, infelizmente são nas armas que se resolve, a diplomacia é deixada de lado. Não se esquecendo dos sucessivos golpes militares promovidos pelos E.U.A, em sua política imperialista na doutrina Monroe: “América para os Americanos” e no “big stick” na América Latina e especialmente aqui no Brasil, fatos tão recentes e mal resolvidos. A política imperialista não está em desuso, como também as ideias nazifacistas que ainda assombram o mundo. É preciso atentar que não digo “verdades”, pois toda verdade é relativa, tem dois lados ou mais, nenhuma verdade é absoluta quando se trata de política. Acreditar em tudo é loucura, acreditar em nada, é faltar esperança. Sim. Hoje faço parte de um partido, nem sempre foi assim, e acredite sou um grande crítico dele, mas mesmo que você não seja filiado a um partido, você não é apartidário. Ou você reforça ou destrói. E o futuro pode ser melhor ou pior depende do nosso envolvimento. Abraço fraterno, Álisson Lopes

segunda-feira, 31 de março de 2014

Uma pequena nota

Em 31 de março de 1964, o Brasil adormeceu numa democracia moribunda e acordou já em abril em uma ditadura golpista, dantescamente autodenominada de revolução. Foram 21 anos de morte a vontade do povo brasileiro, principalmente do mais pobre, mais esquecido. Foram covardemente mutilados de seus direitos quilombolas, indígenas, nordestinos. Ainda existiam os que acreditavam no milagre brasileiro que foi desmascarado no primeiro governo civil após o período ditatorial. A crise de representatividade também é herança da ditadura militar, da soberba dos que mandavam e enriqueceram com o regime, dos que torturavam e rasgaram a lei, todas as leis, as dos homens e as de Deus com suas sevícias. Que cada general saiba que sua ação e/ou omissão permitiu a instauração da barbárie nos porões e nos quartéis da ditadura. Hoje, 50 anos depois, devemos continuar nutrindo o que a ditadura tentou erradicar, a liberdade, o debate político e a consolidação do ideal democrático. Então, não existe momento mais oportuno de se discutir a conjuntura política, fortalecer os verdadeiros representantes do povo e principalmente renovar quadros, formar jovens solidários. O momento é de urgência, de firmar alianças para um projeto maior e progressista. Que exista o debate, que se tenham divergências e que a bílis chegue ao duodeno e não saia pelas ventas, tudo em nome de um projeto maior, de coletividade e solidariedade. Participei de um seminário na OAB-DF, onde o Jornalista Jaime Sautchuk e o Advogado Márcio Guimarães Nunes, brilhantemente relembraram o golpe de 64 e o conflito rural conhecido como a Guerrilha do Araguaia, este segundo foi tema da minha monografia de final de curso e posteriormente da minha especialização, sobretudo marcou para sempre minha militância pelos direitos humanos. Abraço fraterno, Álisson Lopes

terça-feira, 25 de março de 2014

II encontro sobre Direitos Humanos e Diversidade

Prezados (as) , No dia 15/04/2014, terça feira, às 10 horas, no Centro de ensino fundamental 01 do Núcleo Bandeirante. Convidamos a todos para participarem do II encontro "Direitos Humanos e diversidade". Desta vez teremos como tema: A lei Maria da Penha com a exposição da Advogada Caroline Sena, membro da comissão de Direitos Humanos da OAB-DF. Neste novo encontro, daremos sequência ao debate e convidaremos também a comunidade escolar. Abraço Fraterno, equipe gestora.

sexta-feira, 21 de março de 2014

A hora da Guerra

As linhas que se seguem dizem respeito ao livro de Jorge Amado, obra de nome homônimo ao título, e relata as crônicas que o autor baiano fez durante a segunda guerra mundial. Pode-se vislumbrar a leitura de uma época que marca uma improvável e vital aliança entre comunismo e capitalismo para vencer o nazifacismo. É preciso atentar que obra demonstra também o sentimento da época em relação à ascensão do stalinismo por parte do autor. E pensar que a ameaça nazista esteve tão perto de dominar o mundo e que ainda aqui no Brasil nesta terra multicultural tivemos brasileiros acometidos de tal enfermidade adotando o nome de integralistas e tendo como líder maior o Plínio Salgado. Fico ainda mais surpreso quando percebo na atual conjuntura política o avanço da extrema direita pelo mundo e a ameaça nazista manifestando-se novamente como zumbis num filme de terror no mundo e aqui na América Latina. Em tempos de crise política/econômica e a falta de esperança, o fantasma da intolerância a diversidade cultural surge fortalecida com a ignorância e o egoísmo. A extrema direita que Hitler defendia condenava e assassinava com altos índices de crueldade negros, judeus, homossexuais e os outros povos, além de suas fronteiras, como na Antiga Roma, eram considerados meros subumanos aptos a exploração. Então, percebo que a ignorância, a falta de conhecimento, de humanidade são fatores que justificam manifestações ainda no século XXI de extrema direita que segregam e matam pessoas como o cancro do nazismo já o fez. Vale sim fazer uma releitura do passado, principalmente, em ano eleitoral para compreender que algumas mentalidades não são estanques da história e nem são novidades. Algumas ideologias postas são desdobramentos de pensamentos do que passou e deve-se pesar quando feita a crítica política da atualidade. Álisson Lopes

terça-feira, 4 de março de 2014

Nota de Repúdio- agressão

Obs: faço parte da coordenação de diversidade sexual, gênero e raça. CONSIDERANDO o disposto no artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos (“Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição” ); CONSIDERANDO o que reza o artigo 1º da Declaração Sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres (“Para os fins da presente Declaração, a expressão “violência contra as mulheres” significa qualquer ato de violência baseado no gênero do qual resulte, ou possa resultar, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para as mulheres, incluindo as ameaças de tais atos, a coação ou a privação arbitrária de liberdade, que ocorra, quer na vida pública, quer na vida privada”); CONSIDERANDO o que dispõe o artigo5º, inciso I, da Constituição da República Federativa do Brasil (“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”); CONSIDERANDO o preceito do artigo 2º da Lei Maria da Penha ("Toda mulher independente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social”), a COORDENAÇÃO DE DIVERSIDADE SEXUAL, GÊNERO E RAÇA (CDSGR), vinculada à COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SECCIONAL DO DISTRITO FEDERAL (CDH/OAB-DF),preocupada com o fato de a violência contra as mulheres constituir um obstáculo para o progresso da humanidade, à convivência em uma sociedade democrática e plural, vem a público apresentar a presente MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO em face das nefastas agressões ocorridas contra mulheres na última semana na cidade de Brasília (28/02/2014), para tanto salientando e esclarecendo o quanto segue: 1.)as agressões de que foram vítimas quatro mulheres, na madrugada desta sexta-feira (28/02), quando saíam do Balaio Café, na 201 Norte, pelo que foi noticiado nos meios de comunicação de massa, teriam sido causadas por preconceito sexual, de raiz machista, homofóbica e racial; 2.) a CDSGR entende que esse tipo de conduta é totalmente incompatível com o princípio reitor da dignidade da pessoa humana, de respeito à vida e a diversidade, de modo que ofende ditames éticos que visam atingir graus de civilidade mínima e implantação de uma sociedade igualitária; 3.) os objetivos da República Federativa do Brasil, fundados na construção de uma sociedade livre, justa e solidária, sem preconceitos de origem, raça, sexo ou cor consolidam-se nos direitos fundamentais à igualdade entre homens e mulheres perante a lei, bem como à liberdade, expressão na qual se insere a livre orientação sexual; 4) a natureza genérica atribuída às agressões sofridas pelas quatro mulheres não transmuda sua origem preconceituosa, homofóbica e sexista, denotando a vulnerabilidade de minorias posta à margem da sociedade e, sobretudo, a necessidade da luta diária para afirmação do direito a não discriminação em razão da identidade de gênero; 5.) a CDSGR ressalta que o enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher é pauta fundamental para a construção de relações sociais mais justas e igualitárias, de tal modo que, nesse sentido, já encaminhou requerimento ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para a análise das medidas judiciais cabíveis para coibir e reverter esses lamentáveis fatos. Brasília/DF, 02 de março de 2014. COORDENAÇÃO DE DIVERSIDADE SEXUAL, GÊNERO E RAÇA – COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS - OAB/DF

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Companheiro Tostão,

Se me permitir que te chame assim, mas é que embora não te conheça, o grande WB já narrou sobre sua militância no PT desde a sua criação. São histórias que de fato despertaram minha admiração. Hoje completam 4 anos que estou filiado ao Partido dos Trabalhadores, acredito na luta, mas embora seja independente já militei junto a articulação, que aqui no DF rachou pelo menos em mais três tendências, militei com os companheiros da Tendência marxista, que foi muito breve, e ainda com os trotskistas da tendência o “trabalho”, também brevíssima e infrutífera parceria, contudo sinto-me ainda um párea no PT, a verdade é que realmente me falta tempo, braços e pernas para algumas reuniões que eventualmente fico sabendo, hoje foi uma delas, para avaliação do governo Agnelo. Olho para o passado e vejo o pragmatismo de Luis Carlos Prestes, que apoiou Vargas, mesmo depois dele entregar sua esposa aos cães nazistas, lógico, que cada um em sua devida proporção, portanto tenho conhecimento do meu pequenino tamanho, mas serei também pragmático ao votar novamente no Agnelo, para não correr o risco de ter de volta o quixotesco coronelismo e sua horda descarada aqui no DF. Pensei em migrar para partidos menores como o PDT, PCdoB, ou PSB, mas encontraria acredito em doses menores o mesmo carreirismo que tomou conta de significativa parte da militância de esquerda, companheiro não duvido que ainda exista esquerda, embora, às vezes me autodenomine de progressista, sou um militante de esquerda, e dentro da área de educação tenho lutado pela verdadeira implantação dos direitos humanos, junto a OAB-DF, no movimento popular e nas escolas que labuto como professor de história. Então depois dessas ponderações companheiro, respeitosamente, deixo aqui minhas sinceras considerações a sua história e que a luta por uma sociedade justa continua, imperiosamente, militantes como você deixaram cravados no solo árido da política provinciana deste país um exemplo de luta. Que até o nosso incrédulo amigo em comum, nas esquerdas, admira tua conduta. Salve companheiro Tostão, que tua militância não se esgote, pois credito em ti a concepção de uma geração. Abraço fraterno, Álisson Lopes

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

reunião sobre direitos humanos

Prezados companheiros, No dia 25/02, terça-feira, às 10 horas , no Centro de Ensino Fundamental 01 do Núcleo Bandeirante, vulgo Sapão, o advogado e militante dos Direitos Humanos, coordenador da coordenação de diversidade sexual e étnica da comissão de Direitos Humanos da OAB-DF, Dr. Rodrigo Camargo, irá promover um debate sobre a temática dos direitos humanos no ambiente escolar. Venha participar desta ação, além de um debate sobre Direitos Humanos formaremos um coletivo para construir estratégias, parcerias e deliberações para futuras ações. Abraço fraterno, Álisson Lopes

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sangue no olho

Se eu fosse escrever um livro, escreveria sobre uma geração que conheci. Uma geração quase toda perdida, com liberdade para experimentar e consumir de tudo, sem ditadura, sem diálogo com os pais, sem compromissos, partidários, escolares, religiosos ou espirituais. Logicamente tais impressões são percepções minhas, mas quando na minha visão de mundo vejo que muitos dos meus contemporâneos de bairro foram presos, outros assassinados, tantos outros se encontram desempregados, isso me intriga, e sim, muitos dos meus pares daquela época também prosperaram, em quantidade bem menor, mas aqueles que eram os mitos da garotada pelo destemor e transgressão, grande parte deles desapareceram pela violência e a miséria, ou pior, foram consumidos por elas. Eram pessoas desconfiadas, instáveis, dispostas a resolver tudo com a força física, na adolescência se destacavam pelo terror aos mais fracos, aos atos covardes, a ausência de regras e pudores. Mas foram sumindo no começo da vida adulta, alguns davam notícias aqui e ali, fulano foi preso, ciclano morreu acometido de cirrose, beltrano sumiu e ninguém ouve mais falar nem a família. Contraditoriamente, os mais fracos foram aparecendo, aqueles menos considerados, que não tinham muita atitude, segundo os valentões, esses foram se destacando como profissionais liberais, servidores públicos, etc. Quase quarenta anos depois os fracos ficaram fortes e os fortes como dinossauros misteriosamente desapareceram. Os cheios de atitude, com sangue no olho, os valentões foram exterminados pelas próprias escolhas, a força que tinham era fantasiosa, quixotesca e sem lirismo, e só reinava numa pequena rua, quando adentraram de vez no mundo dos adultos, sumiram, desejaram sumir. Por que escrever sobre isso? Acredito que para analisar de forma não sectária ou maniqueísta o forjar do jovem brasileiro, extirpar meus preconceitos e entender, compreender a sutileza dos descaminhos de jovens em plena formação, os valentões os quais me refiro tiveram em sua maioria desfechos nebulosos. Na realidade é interessante, vasculhar os detalhes fundamentais que possibilitam a formação de pessoas sustentáveis e felizes, do sucesso e do fracasso individual e coletivo. Álisson Lopes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A correspodência

Em palestras que há anos atrás apresentavam a globalização como algo novo, lembrando que essa afirmação não é pacifica na historiografia, mas pouco importa agora no que vou descrever. Defendiam a velocidade das informações, na realidade batizaram de era da informação, o mundo se tornará uma província com a tecnologia das comunicações, muita informação, parece infinita e o planeta bem miúdo. A frase era: “é preciso romper os paradigmas”, é preciso globalizar-se, inserir-se na mundialização, ou você será um pária, um perdido, um desconectado, histeria total é a morte estar fora dessa onda. A globalização engolia as civilizações, todas numa volúpia insaciável e veloz. Hoje não se nega sua existência, não se fecha para ela, salvo pequenas civilizações milenares africanas e asiáticas, nada interessantes para serem engolidas, ou então tiranos teocráticos ou militarizados em suas governanças absolutistas. Todavia, toda essa pequena introdução foi para comentar sobre um livro intitulado “Toda a saudade do mundo”, refere-se a correspondências de Jorge Amado e Zélia Gattai. Um tempo, sem blogs, sem facebook, e-mails, apenas cartas, o escritor Jorge Amado se correspondia com sua esposa de maneira velocíssima para época, tanto que a coletânea dessas cartas concebeu um livro que é uma biografia do casal. Impressionante, o senhor Jorge Amado, escritor universal, trocar em sua intimidade correspondências quase que diárias, com sua esposa, além de se corresponder com Sartre, com Caribé, com Neruda, com Oscar Niemeyer e ainda tendo como amigos Marigrella, João Amazonas, Prestes, Pedro Pomar. Ele criou por intermédio de sua militância um círculo de amizades de pessoas geniais no que faziam. Eram revolucionários, subversivos, a vanguarda do século XX. Impressionante mesmo! Contudo, o peculiar do livro é descrever como em uma época distante da internet, como ele alimentava e era alimentado por informações de “recortes”, ou seja, artigos, manifestos, cartas de amigos, uma verdadeira rede de intelectuais, que oxigenavam os saberes tendo como instrumento as informações de seus correspondentes. De fato o escritor Jorge Amado viveu plenamente a arte de escrever e também de cultivar amigos, brilhantes amigos. E não posso desprezar que o Jorge Amado deixa nítido em suas obras que além dos notáveis os quais citei, ele aprendeu muito com o povo, com o humilde, com o povo brasileiro desconhecido por muitos em sua diversidade cultural e sua índole guerreira. Álisson Lopes

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O filho de Xangô

Recentemente estava relendo a obra do Mestre Tabosa, “O filho de Xangô”, e não pude deixar de pensar que com esse nome não existe demanda que não possa ser vencida, o livro tende ao sucesso e logicamente o seu autor. Sou admirador das obras do escritor Jorge Amado, militante e intelectual, na ânsia de conhecer mais o universo desse escritor, li em sequência Capitães da Areia, Tenda dos Milagres, O compadre de Ogun, ABC de Castro Alves, Cavaleiro da esperança e Jubiabá, todos representando a miscigenação do Brasil e as vozes dos oprimidos. Então quando eu trabalhava na coordenadoria regional do Guará, e tive o privilégio de participar dos encontros de educadores populares, foram feitas quatro edições e em uma delas o Mestre Tabosa ministrou uma palestra sobre capoeira e também comentou sobre o livro o “Filho de Xangô” para alunos do Guará, da Estrutural e capoeiristas presentes, não pude deixar de relacionar as obras dos dois autores. Ali vislumbrei a importância de obras como a do camarada Jorge Amado e a do Mestre Tabosa na construção da valorização da cultura brasileira, demonstrando os seus fundamentos e princípios. Também acredito que ambos os autores tem como semelhança a simplicidade e a proximidade com o povo, sendo fonte de inspiração para mim. Hoje sou capoeirista com a graça divina, estudioso do tema e sei que a capoeira não se extinguiu, primeiramente, pelo fato da resistência negra. O negro suportou açoites, a violência, mas não perdeu sua convicção e a capoeira mesmo contra a lei resistiu. Permita-me expressar que a capoeira se manteve forte contra as forças opressoras pela convicção do seu povo, como ocorreu também com o candomblé. Nas obras de Jorge Amado, pode-se vislumbrar isso, e também percebo tal temática na obra do Mestre Tabosa. Além de atentar que na obra do camarada Tabosa observa-se um importante registro da capoeira do DF com reconhecidos mestres do universo da capoeiragem. Deixo aqui manifestada a minha admiração pelo Mestre tabosa e ainda me lembro do seu jogo de capoeira com os errantes capoeiristas do Centro de ensino especial de Taguatinga, alunos do professor Fábio, no encontro de educadores populares. Quem sabe não marcamos outras rodas e novos encontros? Axé, Álisson Lopes

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Esperança

Prezado leitor, existe esperança. Hoje visitei uma instituição de internação de menores infratores, me apresentei como professor, advogado e capoeirista, a pauta era trocar ideias sobre a influência da capoeira em minha vida, a história da capoeira e falar sobre direitos humanos. Como sou membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-DF, fui vestido formalmente, o que não me impediu de sentar-me no chão num círculo com aqueles jovens e bater um papo, posteriormente soube que alguns estavam cumprindo medidas socioeducativas por terem cometido atos infracionais análogos a assaltos, roubos e homicídios. Mas ali, falando sobre capoeira, sobre luta, sobre resistência cultural, sobre negritude e também as desventuras dos que escolhem o caminho canhestro do consumo de drogas, violência e outros males, vivência bem experimentada por alguns dos ouvintes, vi nos olhos de cada um a vontade de mudar definitivamente de vida, talvez fosse o que o sistema chama de ressocialização. Muitas vezes os atos violentos que são vastamente noticiados nos telejornais instigam a precipitação da vingança e não da justiça. Contudo, a realidade já mostrou que é preciso investir na educação, na base, para evitar mais jovens internados cumprindo medidas socioeducativas. O senhor, nobre leitor, pode não acreditar, mas eu acreditei na possibilidade da mudança, quando cada um faz o seu papel, e instituições funcionando como realmente deveriam, podemos mudar a vida desses ainda adolescentes. Em meio aqueles garotos de todas as cidades satélites do DF, um foi aluno de uma instituição educacional a qual eu era vice-diretor algum tempo atrás, ele me reconheceu, me chamou pelo meu nome e disse que quando sair deseja treinar capoeira comigo. O que posso dizer mais? Eu sei que diminuir a menor idade penal não irá diminuir a criminalidade, precisamos de boas escolas, mais cursos profissionalizantes e mais estrutura familiar. A maioria daqueles adolescentes precisa de suas famílias e de muito diálogo, muitos não tem nenhum dos dois. Agradeço a oportunidade ao Mestrando Tony Guará, pois fui convidado a ministrar uma palestra e ao final aprendi e compreendi uma grande lição. Álisson Lopes

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ouro de tolo

Ao nobre leitor, aquele que desprevenido começou a ler esse desabafo, o texto ouro de tolo que se segue é para descrever o inverso da sustentabilidade, da simplicidade e da discrição. Às vezes me sinto um chato completo, mas é que de uns anos para cá, tenho evitado certos tipos de pessoas, peculiarmente as ostentadoras, são homens, mulheres, ricos ou pobres, pois transcendem a questão de gênero, classe social e também a da etnia. Ler um livro, definitivamente, é melhor do que um papo enfadonho, neste intuito esse que vós narra vem se esquivando de conversas mais demoradas com pessimistas e também, não posso esquecer, os ostentadores, os derradeiros me incomodam pelo fato de que ostentar não é uma ação que se faça sozinho, tem que ter plateia, se possível babando de inveja. E para meu descontentamento sou constantemente alvo de tais tentativas, é sério, imagine ficar meia hora conversando com uma pessoa que prefere comprar um carro caríssimo, e economizar em saúde, em educação, comendo mal, morando mal, perdendo dentes para pagar um financiamento de um símbolo do ter para chegar ao orgasmo mostrando aos outros, o ápice do gozo, me desculpem o termo, é em ter um possante para compensar a falta de humildade. Olhem não me interpretem mal, gosto da riqueza, quero que todos sejam ricos, no mundo todo, inclusive eu, mas é que quando uma pessoa mede a sua felicidade em ter, é como encontrar o ouro do tolo, é vender a alma, é perder a essência. Não tenho inveja, nem despeito, ter inveja dos outros é muito mesquinho e disso estou fora. Quem é abastado, que zele por sua bonança, triste é quem acha que a vida é só ter, tendo ou não, só possuir, ruminar o flagelo do consumismo exacerbado. A hipóstase do ter, do consumismo como felicidade, contamina todas as instituições, apartam quem tem dos que não tem, não é uma questão de meritocracia, mas sim uma questão de falta de humanidade. Compreenda como a infestação da “febre do ter” domina o congresso, como é pernicioso este “Estado febril”, esse axioma dogmático. A sustentabilidade, de forma geral, é você ter o que precisa para viver com qualidade de vida, não precisa de ostentação, nem de consumo em exagero. Assim pode-se garantir a sustentabilidade para os que ainda virão. Álisson Lopes

sábado, 4 de janeiro de 2014

Capitalismo como religião

Para Walter Benjamin, Marx, Gramsci e o Papa Francisco, Ainda há de se ter tempo para frear: A soez sobrenatural mercadológica do dinheiro, ao arrogar das vontades rebeldes, ao afogar das insurgências e o xenofobismo; A devoção ao capital, Mercantilização da nação humana, a coisificação de homens e mulheres; A vontade infinita do ter, ostentar, e o esquecer do ser humano, desumanização, ao carnear do povo e do louco visionário que diz não a religião aburguesada, ao sortilégio acometido pela militância que se corrompe, a juventude que já é parida neoliberal e secarrona. Ainda há de se ter tempo para viver: A solidariedade, a comunhão dos povos, a Bíblia sagrada, o alcorão, a torá, ao artigo 5° da constituição federal do Brasil, o manifesto comunista; O amor, a compaixão, a simplicidade, a revolução, o investimento em educação, a respiração com força e o cheiro do verde da natureza, a reforma agrária; O perdão, a tolerância, ao poder nas mãos do povo, a distribuição de renda e beber água límpida da fonte; O natal sem consumismo, o carnaval sem cordão de isolamento, sem cordeiro, a fraternidade, a paternidade, a maternidade, a paz, a vida. Álisson Lopes