Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

" causos" da capoeiragem

Hoje a prática sistemática da capoeiragem está mais distante do meu cotidiano, tenho mais feito leituras e escrito sobre a capoeira do que propriamente praticado. Esporadicamente participo de rodas, canto e jogo. Situação que mudarei, já que nos meus planos de sustentabilidade a vadiagem na capoeira faz parte. Mas as experiências no universo da capoeira são peculiares, por exemplo, o rito da roda é marcante, tanto pelos “causos” que são contados quanto pela vivência e os fundamentos. Não irei descrever nada complexo, como aprendi a jogar um “mortal”, até porque não aprendi, pois embora na capoeira tenha aperfeiçoado minha coragem, também aperfeiçoei minha mandinga e não me jogaria ao espaço para executar um movimento que com certeza alguém morreu fazendo, ou por que teria esse nome? Então primeiramente, como entrar na roda e comprar o jogo? Para entrar na roda tem que levar em conta algumas considerações, tais como se colocar ao pé do berimbau junto ao capoeirista que naquele momento coordena a roda e ao sinal de positivo, compra-se o jogo. Meu primeiro nocaute foi involuntário por parte do meu adversário, pois quando entrei no jogo, entrei nas costas de um dos jogadores, obviamente ele não me viu e com a movimentação de braço, o gingado, tomei uma cotovelada no queixo que expandiu minha perspectiva de visão e vislumbrei estrelas. Ficou a lição, seja ligeiro e proteja o rosto no jogo de compra. Outra experiência dolorosa, mas não menos instrutiva, é que no jogo, quando se pratica o movimento conhecido como aú, faça rápido e esteja preparado para evoluir, caso algo aconteça no trajeto, o movimento para uma “ponte”. Pois uma vez jogando capoeira com um conhecido mestre, executei um aú bonito, pernas esticadas movimento suave, mas fui interrompido abruptamente por uma cabeçada certeira no meu abdômen que me fez desmoronar de costas no chão. As primeiras rodas de capoeira que frequentei eram rodas de rua, abertas aos que desejassem se aventurar, o jogo que se desenvolvia era regional, a capoeira conhecida como angola só fui conhecer quando já era capoerista e batizado na regional. A capoeira regional tem um estilo diferenciado da angola na movimentação e no toque, o aú da angola é miúdo, da regional é mais acrobático. As diferenciações não se resumem a movimentação, mas no próprio ritual, mas é conversa para outra hora. Axé, camaradas.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Homem sem medo parte II.

Escuto que antes a educação era melhor, fico tentando me localizar no tempo e no espaço, quero saber para o povo pobre quando foi melhor? Na monarquia, no Getulismo, na ditadura militar, esta última inquiriu Paulo Freire. Que saudosismo dantesco, ou melhor quixotesco. A educação era melhor antigamente para quem? Quantos milhões tinham acesso ao ensino escolar? De fato gostaria de ouvir as lideranças agnósticas, ateus, teistas, deistas, evangélicos, católicos, islamicos, candomblés, umbandas,entre outras e os emblemáticos partidos políticos esquerdistas, progressistas, direitistas, neoliberais, e tantos mais. Para entender por que nenhuma religião ou ideologia, ou todas juntas, marcou o coração, a mente de uma juventude perdida no mundo funebre dos entorpecentes. Será, me desculpe a mera especulação, que é a visão da janela? Olhar o caos de fora, uma sociedade do ter, do consumir, o avesso da sustentabilidade, onde o gozar o consumo imediato e predatório gera orgasmos de prazer. Como disse Gramshi:- ...é a mercantilização do homem, o ouro de Midas e sua maldição. As convulsões sociais não transformam a atitude deliquente em revolução, transformam sim, e como tem transformado jovens em destemidos furtadores de carros, gulosos cheiradores de pó e fumadores de maconha com merda de cavalo, ops, as vezes a mais pura merda de cavalo. Não posso falar do que não compreendo, acompanhei a vida de alguns camaradas que não foram convencidos, não tinham convicções, metas, objetivos e hoje quando vivos, aos trinta e tantos anos, estão recolhendo estilhaços, fragmentos de sonhos e sobrevivem mutilados. Quilombola, Álisson Rafael