Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Catarse

14 de abril de 2017, o sistema político brasileiro explode nas mídias, espalham-se estilhaços graças as delações que foram desdobramentos da operação " Lava jato", delações que ainda devem ser comprovadas e formarem convicções ao julgadores, contudo, estrago feito , catarse! Momento do caos, logo momento de purificação e limpeza, o sistema político corrupto exposto, se esvaindo em sangue e ainda com uma fratura exposta no fêmur, é chegada a hora de fazer uma nova política sem os astronômicos financiamentos de campanha , sem esquerdismo dogmático, direitismo beato e o homem médio alienado, é agora , tem que ser , o Brasil e o seu povo , principalmente o mais pobre não pode suportar tamanha leviandade destes partidos, destes partidos da política dos navios que vieram de Lisboa para cá. Não tenho fé em heróis de última hora da terceira via , ou da quinta fileira, tanto faz, não aposto nos calados sem posicionamentos que esperam da crise a oportunidade para vencerem a palidez e a própria mediocridade. Acredito na construção, aposto na base , no que sofre e não aceita ser amordaçado e se posiciona , acredito nos que já estão por aí e fazem o certo, mesmo contra a maré da corrupção, acredito nos que estão por vir, pois esses serão os filhos da reconstrução democrática e libertação do Brasil, acredito, acredito!

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Provocação

Em meio a correria do trabalho , da criação dos filhos , dos imprevistos do cotidiano consegui terminar a leitura da autobiografia de Nelson Mandela- " Longa caminha até a Liberdade", a militância de Mandela é exemplar em um país, África do Sul, com um sistema racista institucionalizado na época , o apartheid, ele consegue articular um transição pacifica e não vingativa para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. O caminho continua, Nelson Mandela foi advogado de profissão e uma função que ele desempenhou a vida inteira, dentro e fora dos tribunais, sendo um mediador, um conciliador . Um homem que exerceu a liderança mesmo preso, abriu mão do convívio de sua família por um ideal de humanismo e solidariedade , e mesmo depois de seu falecimento construiu um legado duradouro. Em seguida fiz a leitura do livro " A Rebelião dos Estudantes - Brasília, 1968 " de Antonio de Padua Gurgel , a leitura desta obra foi um desvendar sobre uma história de Brasília que a ditadura quis apagar , mas ela perdeu e a cada dia mais informações vem a conhecimento público. Uma história a qual eu não conhecia , e principalmente o papel do movimento estudantil do DF em resistência ao golpe de 1964 e as violações aos direitos humanos . É fantástico encontrar com os militantes remanescentes desta época, o idealismo e a solidariedade impar. Também com o anseio de conhecer mais sobre a história da minha cidade degustei a obra " Paixão de Honestino" de Betty Almeida , e vislumbrei a vida e obra deste estudante e militante de esquerda, mais do que isso , de humanismo que foi o ideal de vida deste jovem Honestino Monteiro Guimarães que pagou com a própria morte pela subversão de amar ao próximo, ao ponto de não admitir sua coexistência com um sistema opressor e desigual. A cidade de hoje aparenta mais burguesa do que nunca , e ao exemplo da música Faroeste Caboclo , "a alta burguesia não acredita na história que via na TV", e eu ouso plagiar : " a burguesia, principalmente a pequena, não acredita na história manchada nos asfaltos dos pátios e calabouços dos quartéis, e tampouco nas obras , nos livros que trouxeram à tona a memória da verdade". Recentemente conheci alguns remanescentes ou sobreviventes, não sei se eles gostariam de serem chamados assim, Paulo Cannabrava Filho e Hélio Doyle, não vi em seus olhos sentimentos de vingança ou arrependimento, continuam livres e transformadores. É incrível que algumas pessoas da militância de esquerda não reconheçam em homens e mulheres que como estes que citei uma "ancestralidade", no sentido que foram combativos e correram risco de morte por um ideal de justiça coletivo tão amplo que parecia inatingível , mas mesmo assim digno de fazer o sentido de suas existências. A história não é estanque e a esquerda , os progressistas, a direita, e os defensores dos ideias republicanos não podem desconhecer a história do seu país, principalmente a recente, e não podem cair na vala comum do sectarismo e intolerância. O exercício político da cidadania não pode ser demonizado, a política partidária estará afastada da corrupção e de outros desvios perversos, quando a sociedade empoderada de conhecimento tomar as praças com o debate democrático e ocupando os espaços que são seus por direito , não de uns obtusos e conservadores senhores da velha política. Abraço Fraterno, Álisson Lopes