Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

sábado, 26 de janeiro de 2019

" Quem não aguenta com mandinga não carrega patuá"

Ouvi essa expressão "quem não aguenta com mandiga não carrega patuá" pela primeira vez nas ruas do DF, nos becos e quadras de locais que andei, naquele momento começo de adolescência não imaginava de onde vinha a expressão, por vezes ouvia também no coro da roda de capoeira numa esquina próxima da minha casa. Então o DF era menor em quantidade de habitantes e cidades, muitas das quais existem hoje não existiam neste período. A expressão representava valentia, dizia respeito ao efeito causa e consequências nas nossas ações, "Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei", como diria Raulzito em Sociedade Alternativa, e o ditado das ruas completaria "mas segure a onda depois". O jornalista Fernando Sagatiba, filiado da UNEGRO-RJ, em seu blog fala da origem desta expressão em relação a etnia mandinga africana mulçumana, os males, que desenvolveram importante resistência e ofensiva na Bahia colonial contra as escravidão, andavam com um alcorão preso no pescoço por um colar (https://raizdosambaemfoco.wordpress.com/2014/01/23/quem-tem-medo-de-mandinga-nao-carrega-patua/) As vezes somos colocados de tal maneira exprimidos contra a parede que mesmo o mais dócil dos seres humanos se rebela contra tal agressão, irá subverter , pois diz respeito ao mais puro sentido de sobrevivência e quando somos muitos exprimidos , sufocados , emerge um sentimento coletivo que supera o individualismo, uma alma coletiva, tal qual como surgiu nos quilombos, no movimento do partido dos Panteras Negras, nos trezentos de Esparta. Estados autoritários chegam ao poder por golpes ou até democraticamente em momentos de crises econômicas , no capitalismo são cíclicas, surgem como salvadores da pátria , da moral do passado bom que nunca existiu, junto com eles vem seus pacotes importados com privatizações , enxugamentos , curvam-se para as transnacionais lhe passarem a mão na bunda. Contudo, uma hora a coisa muda. É no esgarçamento das relações sociais que existem as vezes convulsões sociais ou algo mais profundo, mais invencível , mais humano, as revoluções. Enquanto aos impérios não conheço um que ao longo da história da humanidade não tenha nascido , crescido , chegado ao auge e depois sofrido sua derrocada.

sábado, 5 de janeiro de 2019

neoliberalismo x nacionalismo

Estava pensado cá com meus botões, para alguns pode parecer provocação, mas nada mais é do que um devaneio de um brasileiro comum que sou, essa semana o instituto de pesquisa data folha, soltou uma pesquisa em que demonstra que o povo brasileiro em sua maioria é contra as privatizações, arrisco a dizer que é por considerar entreguismo vender o que é do povo, até tenho o raciocínio que um monopólio nacional Estatal seja melhor do que um monopólio estrangeiro, chega de capital motel ou volátil que é o que passa a noite e vai embora, e meus compatriotas brasileiros também se dizem contra a diminuição dos direitos trabalhistas, ora trabalhador não é mercadoria, não pode ser trocado como peça quando estraga, os direitos trabalhistas garantem que o trabalhador não perca sua humanidade. Enfim , são apenas considerações sobre o momento atual, realmente não acredito que as forças armadas se entreguem ao neoliberalismo do Paulo Guedes, o Estado nu, igual um biquíni que de tão pequenino mostra o que não deveria. As forças armadas de hoje não são as mesmas do período de 1964 até 1985, são outros tempos, mas vale destacar que ontologicamente as forças armadas brasileiras são nacionalistas e ser nacionalista é dizer não ao processo de privatizações desenfreadas que ameaçam a vir. Estado forte não é um Estado entreguista, mas é sim um Estado regulador que freia a rapinagem transnacional que quer transformar tudo em mercadoria, até a humanidade. Tenho fé no povo brasileiro, nesta eleição falou-se muito sobre costumes e a economia ficou um tanto quanto no escanteio, mas essa pesquisa vem alertar que o povo quer um Brasil emergente e não títere de qualquer potência estrangeira. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/01/brasileiro-rejeita-privatizacao-diz-datafolha.shtml

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Ao Jovem João

Um jovem com o ímpeto das convicções que a idade faz borbulhar, ao girar do mundo, dos movimentos de rotação e translação, se transforma, não que o amadurecimento e o passar do tempo façam as convicções acabarem , mas algumas coisas mudam, uns olhares sofrem influência das experiências vividas. A juventude, essa que tem o ânimo de derrubar muros e colocar em dúvida tudo inventado que arrepia os que nada querem mudar. Essa juventude que assusta à atalaia, essa que com anos passados, com cicatrizes no corpo e com mãos calejadas ainda é jovem em seu ímpeto de cumprir o seu papel histórico, ser protagonista na construção coletiva em alicerçar o caminho para os jovens que vão chegando. São progressistas! Ser jovem é maravilhoso, saber envelhecer também , são os que seguem o passar dos anos com resiliência, abraçam as adversidades da vida e estão ai , interessantes que só. Vejam Pepe Mojica, Papa Francisco e João negrão , quem arrisca a dizer que não são jovens? Aliás que não são imortais? São danados esses meninos, inventando, se colocando e colocando no status quo um deboche merecido. O discurso do novo, da renovação, das novas práticas políticas acontecem sim, e são prática quando um João Negrão com os que estão chegando constroem juntos num sistema sinérgico o presente e provocam aos agarrados ao poder de sempre um despeito, estes últimos que se deparem com o inescapável ciclo da vida e se entendam. Não se nasce formatado, não se nasce dirigente, não se nasce escravo, nascemos gente, somos humanos, e tal natureza deve ser primeira. Que 2019, possamos além dos "ismo" compreender que à miséria , a fome e à violência são os nossos maiores inimigos e temos muito em responsabilidade nisso.