Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Aos amigos, petistas e simpatizantes


Aos companheiros de luta,

Começo agradecendo o ano de 2011, o capoeira descansa na ginga, obrigado a todos companheiros que participaram dos encontros de educação popular, encontros com Sinpro, paralisações, encontro com parlamentares, encontros de capoeira, e tantas outras atividades que participamos de corpo e alma.
Não sou liderança, mas tenho credibilidade com meus compan...heiros, em nome disso venho aqui explicitar que não apoio mais a DRE-Guará, não apoio as escolhas " técnicas" e com a maior transparência já comuniquei ao companheiro Zeca, sou profissional e continuarei me comportando assim. Desejo sucesso e paz, mas à educação não pode mais admitir equivocos.
Sou militante pela educação transformadora, acredito que ainda existe esquerda, a escola pública é a máquina de democracia, o neoliberalismo é mortal para escola pública, e quando precisarem de militância engajada com a educação para ir para rua panfletar, levar propostas, fazer reuniões chamem os amigos "técnicos".
Também desejo comunicar que através do concurso de remanejamento externo consegui remoção para a DRE-Bandeirante, continuarei mobilizando capoeiristas , educadores populares e conto com todos companheiros.

Professor Álisson Lopes

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mensagem do Mestre Claudio Danadinho

Alisson, jovem camaradinha:
          Agradeço a gentileza do seu pensamento, das palavras e da  homenagem a nós, hoje mestres. Ou, ao menos ditos assim.
Mas, efetivamente nosso tempo é que foi revolucionário, considerando o sentimento do povo.
          Reprimido, reagiu, e reagiu culturalmente: com o cinema novo, com a bossa nova e os afro-sambas; e de forma erudita com a  Nova Capital; reagiu com os significados identitários encontrados na cultura autêntica dos saberes populares. Entre outros, os dos velhos mestres da Capoeira, por excelência. Hoje, bem cultural registrado, desde os 1960 foi difundida pelo mundo de classe média para classe média.
         Na minha intuição ela já era difundida de porto para porto pelos marinheiros, viajantes  e emigrados desde o século 19 para formar estereótipos como o moringue e a ladja, acreditadas como formas análogas surgidas alhures.
         Mas voltando para os nossos dias, hoje, tudo está mais difícil e a maestria parece tornar-se academicista, egressa de academias sobre experiências endógenas e limitadas.
          Mais do que tudo, o nosso tempo foi fundamentalmente histórico;  significou em momento subseqüente, uma conquista de nova reserva de mercado para os filhos da classe média e da alta.
          O fundamento do discípulo que aprende e mestre que dá lição parece ter perdido a reflexão oportuna baseada na história, com o  seu sentido transcendental.
O que ocorreu em 1960 tratou-se de metafórica dádiva de classes: o dom do "cativo"/proletário/mestre entregue ao “senhor”/patrão/discípulo, notadamente as lições, aquelas  decorrentes da adversidade da ontologia, originada na luta pela liberdade e depois pela subsistência. Originada, portanto, na transcendência colonizador/escravo, senhor/servo dando vez à luta de classes, em sua formação tardia-moderna patrão/proletário.
         Assim, dos velhos mestres ainda vêm reflexos, ecos, a lembrar a Capoeira hoje: mais violenta e menos perigosa, diante do que os novos mestres deixaram de aprender e de intimamente criar mais,para inventar práticas sem fundamentos, tornando a mandinga uma arte marcial sem princípios nem fins.       
         A partir da sublimação da Caápuâera, consertada pelo berimbau, a mandinga evoluiu, ao raiar do século XX evoluindo bem até o início dos anos 1970, como prática de massa, tornando-se menos violenta  e  mais perigosa. Havia surgido a Capoeira, com o método dinâmico do instrumento mágico que comunica    cLº         os capoeiras com a transcendência das matas onde surgiu ´´”´`          com o seus fundamentos libertários.
       Parabenizo você por seus aprofundamentos no campo administrativo das políticas públicas e da Educação,que são as “rodas” de nossa Arte, espaços abertos ao jogo intelectual, sem limites temporais, como a Capoeira.
      Acho que ela é que é a própria metáfora da vida, ditando novas estratégias para inúmeras táticas;
       Recomendações às professoras e aos nossos amigos de Roda,
Boas festas e muita saúde
                                                             Mestre Cláudio danadinho