Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Capoeira, história e EJA

Boa tarde !!Estimados colegas, discutir a transdisciplinaridade na educação de jovens e adultos é algo emblemático , pelo menos em minha experiencia docente, pois em alguns anos nesta modalidade de ensino jamais tive tal vivência. O formato das coordenações e resistência de alguns professores não permitiram essa ação pelas escolas que passei. Trabalhar a transdisciplinaridade é recorrer a ontologia da própria educação , seu "ser", o conhecimento como um só engendramento que desmembramos ao longo de séculos para sistematizar de forma técnica sua divulgação, mas que ao longo do tempo, após tantos esfacelamentos, as vezes, perde-se o sentido. O conhecimento é ler a realidade numa perspectiva crítica e transformadora, o conhecimento é "trans", transcende disciplinas ao ponto de não somente elas se comunicarem , mas serem a parte de um todo para o todo. Quando penso na práxis do projeto interventivo local , penso e desejo agir com a instrumentalização da capoeira como um elemento de empoderamento e alteridade de classes e etnias historicamente oprimidas. E quando penso em arte, penso também e vislumbro algo libertador, pois a capoeira é arte engajada, é luta de militância , é esporte para o corpo e para a mente. A arte que aprendi e compreendi no cotidiano da capoeragem , não é filosofia que é coisa de grego, mas fundamento, a capoeira tem fundamento , o jeito de ver o mundo diferenciado do consumismo e individualismo. A capoeira joga-se com perguntas e respostas que o corpo e a mente oferecem, a capoeira é sustentável e um exercício de liberdade, pertencimento. Participei de um curso de aperfeiçoamento sobre o " Currículo em movimento" desenvolvido durante as coordenações na escola que trabalho no diurno. Fizemos de debates sobre a transdisciplinaridade e a contextualização do conteúdo com a realidade local, demonstrando que a prática escolar não é, e nem pode ser estanque da realidade da comunidade . Neste sentido, a prática da capoeira na escola e da escola , provoca a mobilização de outros grupos, mestres e praticantes para que venham comungar no espaço da escola numa capoeragem voltada para linguagem de paz. Vislumbro que o currículo em movimento não deixa caduca a prática escolar , pois a concepção é crítica e contextualizada. A capoeira na aula de história ou de qualquer outra área do conhecimento tem que fazer parte do todo para o todo. Um professor que trabalha em parceria com um mestre de capoeira , ou outras lideranças da comunidade, tem possibilidade de fazer de forma exitosa uma docência transparente, democrática com possibilidade real de fazer de sua práxis uma ação transformadora e libertadora na relação ensino aprendizagem.