Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Nota de repúdio

Considerando o ato covarde, de extrema violência e de misoginia ocorrido no Estado do Rio de Janeiro em 23 de maio de 2016, tendo como vítima de estupro coletivo uma adolescente de 16 anos e seus algozes mais de 30 homens. É imprescindível atentar que em pleno vigor do século XXI o machismo ainda povoa e permeia a sociedade brasileira, sendo necessário o debate para o combate ao machismo e o empoderamento das mulheres correspondem a uma questão fundamental. A cada dia, nos partidos políticos , instituições de classes, nas escolas as mulheres devem ocupar o seu lugar de fato e de direito como livres e líderes. O Brasil não pode continuar mais no "ranking " de países que mais agridem as mulheres . Isto é uma luta de uma nação, de todas e todos. Manifesta-se aqui o repúdio a esse ato grotesco que tenta reduzir a existência humana de uma jovem adolescente a uma mera mercadoria , que coisifica a humanidade de uma pessoa, que destrói sonhos e coloca na prática o discurso de ódio. O algoz desumaniza a vítima arranca sua vontade de viver, e ainda existe quem equivocadamente ouse culpar a vítima, falta empatia , falta solidariedade, falta alteridade e amor pelo próximo. A justiça deve acontecer no tempo certo , tempestivamente, e que o machismo, o sexismo , a violência contra mulher sejam extirpadas do nosso cotidiano . Advogado e professor, Álisson Lopes

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Repensando 13 de maio

A abolição institucional da escravatura ficou registrada oficialmente nos livros de história no dia 13 de maio de 1888 com a assinatura da lei Áurea. No contexto vigente a monarquia promoveria seu último ato relevante. Neste período a maioria dos escravos já haviam sido “libertos de fato mas não de direito” pelos movimentos abolicionistas, a dita lei veio sedimentar o que já era real na prática a liberdade , contudo as medidas reparadoras de inserção, de inclusão do negro a sociedade não foram promovidas, e nem contempladas pela lei. Não foram criadas ações afirmativas que produzissem condições de empregabilidade, tampouco uma política de distribuição de terras para assentamentos e o racismo na sociedade ainda faziam que a população negra fosse colocada na marginalidade. E quando do advento da recém instauração da república houve a criminalização das manifestações culturais afrobrasileiras. Para grande parte dos movimentos negros a data simbólica, representativa da luta contra escravidão e contra o racismo é o dia 20 de novembro , dia do assassinato de Zumbi dos Palmares. Quando estudamos sobre a escravidão, temos que compreender que desde o início houve resistência negra , sempre presente a luta dos negros nos movimentos abolicionistas, nos quilombos que de fato provocaram o fim da escravidão, que extinguiram a escravatura negra no Brasil e o negro, sem dúvida, foi o protagonista desta luta. Álisson Lopes

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Projeto Falando Direito

Na semana passada tive a oportunidade de participar do Projeto Falando Direito, e mesmo sendo educador há 21 anos, senti o friozinho na barriga como se fosse minha primeira vez que entrava em sala, são em torno de 180 estudantes do ensino médio aprendendo e compreendendo o estudo do direito como instrumento de transformação da realidade. Nesta perspectiva vislumbro que é mais do que preparar para concurso, que é mais do que formar futuros operadores do direito, mas romper o paradigma e despertar futuros cidadãos e cidadãs empoderados e progressistas em busca de uma justiça e uma sociedade verdadeiramente justas. O nervosismo não foi por ter que ministrar uma palestra para os jovens estudantes , mas por retomar a minha concepção ontológica de ser professor/educador e acreditar que com a educação podemos transformar o mundo, a revolução por intermédio da educação. São estudantes críticos e reflexivos que provocam mudanças, que se emancipam politicamente e rompem com os jargões do senso comum, e sei que essas novas gentes onde estiverem, nos cargos e posições que ocuparem farão diferença. A aula foi sobre a história do Brasil , direitos humanos tendo como marco histórico as constituições brasileiras passando pelo primeiro reinado, a proclamação da república , a era Vargas , a Ditadura militar e até a constituição cidadã de 1988 (como diria Ulysses Guimarães). O vai e vem de garantias constitucionais conquistadas e retrocessos na frágil e recente democracia do Brasil, a história é vida , é a peleja das lutas de classes sociais e a materialização dos direitos e deveres , fruto das mobilizações populares, nas constituições. O maior patrimônio deixado entre as gerações é o conhecimento, ele liberta! Atenciosamente, Álisson Lopes.