Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Direito à Cidade

Direito à Cidade por Álisson Lopes, Paulo Freira já vislumbrava que educação é libertação ( "educação com qualidade", VII, 206 CF) para formação de cidadãos críticos e autônomos , o projeto Direito à Cidade tem como objetivo empoderar com conhecimento estudantes do Centro Educacional 02 do Guará I, conhecido como "GG", e também o Centro Educacional 01 do Riacho Fundo II com uma educação em direitos , e deveres, contextualizada com a realidade social, com o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas (III, art.206 CF), semanticamente à democracia significa o poder do povo, e o direito deve ser a manifestação da consolidação dos acordos de convívios sociais e não instrumento de domínio para alguns poucos, é na educação e nos direitos , sem violência, que a humanidade caminha rumo à civilidade ( "promoção humanística, científica e tecnologia do país, inciso V, artigo 214 Constituição Federal). No ano passado fiz uma parceria com o Projeto Falando Direito, iniciativa exitosa, minha breve passagem nesta ação serviu para destacar ainda mais o obvio que é a importância da escola pública para educação em direitos e democracia, e que muitas escolas do DF tem desenvolvido trabalhos de ensino/aprendizagem de excelência a despeito de todas as dificuldades, os contratempos conhecidos e tão divulgados na grande mídia. Vejo que é necessário seguir com os projetos interrompidos de Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, uma sociedade que verdadeiramente constrói seu caminhar de forma civilizada, que participa da vida da sua rua, bairro, cidade, país, nação, tem a educação como principal investimento. O projeto Direito à Cidade contextualiza, e não poderia ser diferente, as disciplinas de história , filosofia, sociologia, entre outras, com o ensino introdutório em direitos com base na força dos movimentos sociais, normas legais e o povo como mandatário dentro do processo representativo democrático. Dentre as práticas didáticas e recursos materiais à maior instrumentalização é a palavra, o dialogo, entre educador e estudante, o docente empodera o estudante, em uma cultura de paz e não violência , para que ele se torne protagonista da sua própria história. A esperança não é algo que remete só ao futuro mas efetivamente o agora! Entre a história das civilizações e a busca pela consolidação dos direitos humanos temos a filosofia como pensar vivo e prática do real. Ao exemplo de movimentos sociais históricos tais como o Abolicionismo, a Guerra de Canudos, as marchas tenentistas, das narrativas de revoluções e golpes, seguimos como nação construindo, devemos perseverar para materializar, concretizar sem revês uma democracia participativa cada vez mais representativa e extirpar mazelas como a maldita corrupção. O direito à cidade trás a retomada do espaço social para o coletivo, para o povo alcançar uma igualdade social e respeito à diversidade cultural. " A praça, a praça é do povo! Como o céu é do Condor!" Castro Alves. A concepção do direito à cidade tem se manifestado em países europeus e aqui também no Brasil, linhas de pensamento como o " Direito achado na rua" tem defendido o imprescindível conhecimento dos fatos históricos na conquista dos direitos pela militância de mulheres e homens na contínua busca por uma sociedade justa, igualitária e humana, ou seja, sem transformar seres humanos em mercadorias como a "maldição do Rei Midas" que transformava tudo que tocava em ouro como bem comparou Antonio Gramshi. Álisson Lopes- É advogado, professor de História e sociologia na SEDF, membro do Conselho de Defesa do Negro do DF e presidente da Comissão da Memória e da Verdade da OAB

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Carne , Sangue, dor , ossos

Do que sou feito? Carne, sangue, dor , ossos ? O que eu quero dinheiro não paga, Onde quero chegar ? Aruanda! Aruanda aqui e em qualquer lugar. Sou dotado de vontade , de vida . Caçador de caçadores, sem pecado original, mas integridade física e intelectualmente com os meus camaradas que vem comigo,encarnados e desencarnados, e sei que meu padrinhos de capoeira e de todas as rodas da vida , Ogum e Oxossi, me ensinam , em minha cabeça, matéria e alma aonde chegar, e é chegar chegando. Em um dos momentos de dor e frustração em 1995 , no serviço militar obrigatório aprendi na época, prática que perdi, de olhos vendados montar uma pistola de 9mm e um FAL em um minuto, atirava com esses instrumentos em treinamentos e quando não acertava o alvo a cerca de 50 metros tinha o capacete atingido pelo sinalizador , quantas vezes fossem os erros. Fico pensando o quanto minha família daqui e de Aruanda me guardam , com uma pistola totalmente carregada poderia ter alvejado agressores, mas isso não é justiça e nem honestidade, as luzes das entidades me conduzem , me entrego a elas.