Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Provocação

Em meio a correria do trabalho , da criação dos filhos , dos imprevistos do cotidiano consegui terminar a leitura da autobiografia de Nelson Mandela- " Longa caminha até a Liberdade", a militância de Mandela é exemplar em um país, África do Sul, com um sistema racista institucionalizado na época , o apartheid, ele consegue articular um transição pacifica e não vingativa para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. O caminho continua, Nelson Mandela foi advogado de profissão e uma função que ele desempenhou a vida inteira, dentro e fora dos tribunais, sendo um mediador, um conciliador . Um homem que exerceu a liderança mesmo preso, abriu mão do convívio de sua família por um ideal de humanismo e solidariedade , e mesmo depois de seu falecimento construiu um legado duradouro. Em seguida fiz a leitura do livro " A Rebelião dos Estudantes - Brasília, 1968 " de Antonio de Padua Gurgel , a leitura desta obra foi um desvendar sobre uma história de Brasília que a ditadura quis apagar , mas ela perdeu e a cada dia mais informações vem a conhecimento público. Uma história a qual eu não conhecia , e principalmente o papel do movimento estudantil do DF em resistência ao golpe de 1964 e as violações aos direitos humanos . É fantástico encontrar com os militantes remanescentes desta época, o idealismo e a solidariedade impar. Também com o anseio de conhecer mais sobre a história da minha cidade degustei a obra " Paixão de Honestino" de Betty Almeida , e vislumbrei a vida e obra deste estudante e militante de esquerda, mais do que isso , de humanismo que foi o ideal de vida deste jovem Honestino Monteiro Guimarães que pagou com a própria morte pela subversão de amar ao próximo, ao ponto de não admitir sua coexistência com um sistema opressor e desigual. A cidade de hoje aparenta mais burguesa do que nunca , e ao exemplo da música Faroeste Caboclo , "a alta burguesia não acredita na história que via na TV", e eu ouso plagiar : " a burguesia, principalmente a pequena, não acredita na história manchada nos asfaltos dos pátios e calabouços dos quartéis, e tampouco nas obras , nos livros que trouxeram à tona a memória da verdade". Recentemente conheci alguns remanescentes ou sobreviventes, não sei se eles gostariam de serem chamados assim, Paulo Cannabrava Filho e Hélio Doyle, não vi em seus olhos sentimentos de vingança ou arrependimento, continuam livres e transformadores. É incrível que algumas pessoas da militância de esquerda não reconheçam em homens e mulheres que como estes que citei uma "ancestralidade", no sentido que foram combativos e correram risco de morte por um ideal de justiça coletivo tão amplo que parecia inatingível , mas mesmo assim digno de fazer o sentido de suas existências. A história não é estanque e a esquerda , os progressistas, a direita, e os defensores dos ideias republicanos não podem desconhecer a história do seu país, principalmente a recente, e não podem cair na vala comum do sectarismo e intolerância. O exercício político da cidadania não pode ser demonizado, a política partidária estará afastada da corrupção e de outros desvios perversos, quando a sociedade empoderada de conhecimento tomar as praças com o debate democrático e ocupando os espaços que são seus por direito , não de uns obtusos e conservadores senhores da velha política. Abraço Fraterno, Álisson Lopes

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