Capoeira é história
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Homo sapiens sapiens
Tendo em vista que a sabedoria do homem possibilita a reflexão sobre a sua vivência. Lembro-me de uma conversa daquelas sem pretensão de ensinar ou aprender, numa praça rústica, ponto de encontro de rebeldes, vagabundos e maconheiros. Em que eu trocava uma ideia com um emblemático amigo.
Depois de quase vinte anos ainda recordo-me dessa conversa, em que eu numa arrogante tentativa de convencer o companheiro de que levar uma vida regrada era melhor e que se ele tinha uma vida turbulenta era por causa das más amizades, tive uma resposta surpreendente, pelo menos pra mim, no auge da sua sobriedade, ele externou com veemência e sinceridade que sempre fez o que quis por conta e risco próprio.
Ainda hoje penso e promovo reflexões sobre esse debate, sobre como uma pessoa de forma concisa e consciente, deliberada, leva a vida de forma hedonista até ceifar a própria existência mediocremente.
A prática irresistível ao mau hábito que o matou, consumiu sua vitalidade como uma contaminação que se espalha pelo corpo continuamente, mas que não parece em ter pressa de terminar não antes de acabar com a dignidade e só assim que erradica a força vital. Parece incompreensível o que leva a esse tipo de escolha, quando se é escolha, o prazer que o fisgou se torna dor e humilhação.
A vida é uma forma de resistência ao improvável, à inteligência contra a ignorância, quando é destruída simboliza a vitória do abismo obtuso e perverso do ceticismo humano contra a sua humanidade.
Álisson Lopes
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