Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Para Manoel

Como um bandeirante nordestino, rasgou a hostilidade do desertão; Venceu a geografia árida, rompeu do sertão ao cerrado; Aqui, dito como candango, ajudou a construir a nova capital; Foi camponês, lavrador, retirante, conquistador, sempre trabalhador e pai; Oriundo da terra do alvorecer, mais próxima da grande mãe africana e genitora de toda humanidade; O solo paraibano, terra de faíscas no chão com facão, sangue do cangaço na lâmina, a bandeira rubro negra de tua terra natal tem o “nego” de João Pessoa; Terra de insurreições, da negativa contra o esquecimento do nordeste e da famigerada política do café com leite; O nego à miséria, o nego de ser esquecido num país tão grande, o nego de ser oprimido; E tem o sim da cultura, do forró, da rapadura e do alfenim; Da amizade própria de um povo sofrido e alegre; Do maior São João do mundo; De Itaporanga, antiga Misericórdia, e do sertão de São José do Caiana; É meu pai, o senhor deixará em sua cruzada a vida para teus descendentes; Já tem a memória e a eternidade garantida; Dos tantos netos, os dois derradeiros de meu sangue; Salve à luta do sertanejo, Salve Manoel da Paraíba, lutou e como um candeeiro iluminou e depois se apagou...

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