Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Contraversões

Contraversões

A capoeira abriu espaços que como professor de história, eu não tinha, mesmo dentro da própria SEEDF, com os alunos e com a comunidade. A capoeira, o movimento da capoeira me fez ver os atores sociais, os educadores populares, a cultura popular na rua com o povo.
Ver é tomar conhecimento, compreender é vivenciar, andar nas rodas, seja no museu da república, no ensino especial em Santa Maria, nas praças do Guará, nas escolas em São Sebastião, na Samambaia, na Ceilândia. Isto me despertou um sentimento de pertencimento que ninguém pode mais tirar. Jogar no asfalto quente, criar bolhas nos pés, sentir olhar preconceituoso de alguns ou a perplexidade de outros. Mas a capoeira ensina ativismo político, o poder do popular. Portanto, procuro o diálogo com todos do povo, o conhecimento popular, dizem que sou franco atirador, devo ser, sou filho de Oxossi, sou mandigueiro, caçador, tenho fé que minha mandinga é certeira. Mas o tempo pede conciliação, perdão e sustentabilidade. Eu sou povão, não acredito em heróis, acredito em lideranças que compreendam o povo e que façam parte dele.
Precisamos de identidade cultural, começando pelos que têm a pretensão de nos representar, todos de boa-fé, com a diversidade que cada um representa. Não precisamos de capitães do mato, nem de pai dos pobres, manipuladores. A verdadeira liderança representa o movimento é o movimento. O que seria de Zumbi sem os quilombolas? De Napoleão sem suas tropas? Da capoeira sem capoeiristas? Dos mestres sem alunos? Dos deputados, senadores sem o povo?
O povo é o poder, a democracia é o povo, as decisões não podem partir de meia dúzia de iluminados. Eu penso nisto todo dia, como ajudar aqueles que foram solapados da vida digna, como? Humildemente quero participar das decisões políticas que interferem na minha vida e da minha comunidade, não apenas pelo voto, mas pelo debate. Nas nações indígenas cacique é o porta-voz do povo da tribo, em nossa sociedade cacique é o cara safado que não te deixa participar das decisões que interferem na sua vida. Mas o galo cantou, um dia encontro com o cacique fajuto que atenta contra minha liberdade, aí a casa cai.
Vamos mobilizar o povo, pois quem faz merece respeito e espaço.
Pela verdadeira representatividade, Álisson Rafael

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