Capoeira é história

Capoeira é história
capoeira é história de libertação

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O filho de Xangô

Recentemente estava relendo a obra do Mestre Tabosa, “O filho de Xangô”, e não pude deixar de pensar que com esse nome não existe demanda que não possa ser vencida, o livro tende ao sucesso e logicamente o seu autor. Sou admirador das obras do escritor Jorge Amado, militante e intelectual, na ânsia de conhecer mais o universo desse escritor, li em sequência Capitães da Areia, Tenda dos Milagres, O compadre de Ogun, ABC de Castro Alves, Cavaleiro da esperança e Jubiabá, todos representando a miscigenação do Brasil e as vozes dos oprimidos. Então quando eu trabalhava na coordenadoria regional do Guará, e tive o privilégio de participar dos encontros de educadores populares, foram feitas quatro edições e em uma delas o Mestre Tabosa ministrou uma palestra sobre capoeira e também comentou sobre o livro o “Filho de Xangô” para alunos do Guará, da Estrutural e capoeiristas presentes, não pude deixar de relacionar as obras dos dois autores. Ali vislumbrei a importância de obras como a do camarada Jorge Amado e a do Mestre Tabosa na construção da valorização da cultura brasileira, demonstrando os seus fundamentos e princípios. Também acredito que ambos os autores tem como semelhança a simplicidade e a proximidade com o povo, sendo fonte de inspiração para mim. Hoje sou capoeirista com a graça divina, estudioso do tema e sei que a capoeira não se extinguiu, primeiramente, pelo fato da resistência negra. O negro suportou açoites, a violência, mas não perdeu sua convicção e a capoeira mesmo contra a lei resistiu. Permita-me expressar que a capoeira se manteve forte contra as forças opressoras pela convicção do seu povo, como ocorreu também com o candomblé. Nas obras de Jorge Amado, pode-se vislumbrar isso, e também percebo tal temática na obra do Mestre Tabosa. Além de atentar que na obra do camarada Tabosa observa-se um importante registro da capoeira do DF com reconhecidos mestres do universo da capoeiragem. Deixo aqui manifestada a minha admiração pelo Mestre tabosa e ainda me lembro do seu jogo de capoeira com os errantes capoeiristas do Centro de ensino especial de Taguatinga, alunos do professor Fábio, no encontro de educadores populares. Quem sabe não marcamos outras rodas e novos encontros? Axé, Álisson Lopes

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