Capoeira é história
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Esperança
Prezado leitor, existe esperança.
Hoje visitei uma instituição de internação de menores infratores, me apresentei como professor, advogado e capoeirista, a pauta era trocar ideias sobre a influência da capoeira em minha vida, a história da capoeira e falar sobre direitos humanos.
Como sou membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-DF, fui vestido formalmente, o que não me impediu de sentar-me no chão num círculo com aqueles jovens e bater um papo, posteriormente soube que alguns estavam cumprindo medidas socioeducativas por terem cometido atos infracionais análogos a assaltos, roubos e homicídios. Mas ali, falando sobre capoeira, sobre luta, sobre resistência cultural, sobre negritude e também as desventuras dos que escolhem o caminho canhestro do consumo de drogas, violência e outros males, vivência bem experimentada por alguns dos ouvintes, vi nos olhos de cada um a vontade de mudar definitivamente de vida, talvez fosse o que o sistema chama de ressocialização.
Muitas vezes os atos violentos que são vastamente noticiados nos telejornais instigam a precipitação da vingança e não da justiça. Contudo, a realidade já mostrou que é preciso investir na educação, na base, para evitar mais jovens internados cumprindo medidas socioeducativas.
O senhor, nobre leitor, pode não acreditar, mas eu acreditei na possibilidade da mudança, quando cada um faz o seu papel, e instituições funcionando como realmente deveriam, podemos mudar a vida desses ainda adolescentes. Em meio aqueles garotos de todas as cidades satélites do DF, um foi aluno de uma instituição educacional a qual eu era vice-diretor algum tempo atrás, ele me reconheceu, me chamou pelo meu nome e disse que quando sair deseja treinar capoeira comigo. O que posso dizer mais?
Eu sei que diminuir a menor idade penal não irá diminuir a criminalidade, precisamos de boas escolas, mais cursos profissionalizantes e mais estrutura familiar. A maioria daqueles adolescentes precisa de suas famílias e de muito diálogo, muitos não tem nenhum dos dois.
Agradeço a oportunidade ao Mestrando Tony Guará, pois fui convidado a ministrar uma palestra e ao final aprendi e compreendi uma grande lição.
Álisson Lopes
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