Capoeira é história
domingo, 25 de março de 2018
Se queres a paz, trabalha pela justiça(Dom Helder) por Álisson Lopes
No dia 22 de março de 2018, pela manhã, fui presenteado com a indescritível honra de participar compondo mesa e representando a Ordem dos Advogados do Brasil da seccional do Distrito Federal na Sessão solene da Câmara dos Deputados em respeito ao Dia internacional do Direito à verdade.Na ocasião foi prestada nova e merecida homenagem à memória de Marielle Franco e de todas e todos defensores dos direitos humanos. Jamais esquecerei a oportunidade de ter conversado com a deputada Luiza Erundina , mulher forte e de atitude.
No mesmo dia 22 de março , no período noturno , participei como presidente da Comissão da Memória e verdade da OAB-DF do primeiro encontro das rodas de conversas sobre Regime militar e Redemocratização brasileira , mesa composta pelo jornalista Hélio Doyle e o jornalista Matheus Leitão. O Matheus Leitão escreveu à magnífica obra "Por meus pais" onde relata o processo de prisão e torturas sofridas por seu pai e sua mãe na década de 70 por serem estudantes envolvidos com organizações estudantis e panfletarem contra a ditadura civil/militar. Já Doyle, autor da obra "Assim é a velha política", descreveu em sua participação a conjuntura política de 1964 até a 1985, destacando a falta de liberdade e a dureza da repressão à liberdade de expressão e afirmou que também existia corrupção no período do regime militar.
Nesta semana no projeto Direito à Cidade iniciei com os estudantes os primeiros passos para conhecerem um pouco da obra de Platão , Aristóteles e Maquiavel, não esqueci de conversar sobre o quanto foi a emocionante ter participado da sessão solene, experiência que certamente marcou minha existência.
Toda esse momento me levou a ler a obra "Dom Helder : O Artesão da Paz" coletânea de palestras realizadas por Dom Helder e organizadas neste volume por Raimundo Caramuru e Lauro de Oliveira. Vislumbrem esse pequeno trecho:
" Quando enfrentaremos a ira dos poderosos; quando nos decidiremos a perder prestígio e favores; quando aceitaremos ver torcidas nossas intenções; quando aceitaremos até riscos maiores para ajudar as minorias abraâmicas e denunciar injustiças , em plano interno e em plano externo, e, sem cuja, a paz será simplesmente uma bela palavra vazia?" *palestra realizada em Kansas City(USA), 15-1-72, durante a conferência Ecumênica sobre a guerra do Vietnã , patrocinada por Organizações Protestantes, Ortodoxas, Católicas e Judias, dos USA e do exterior.
Até quando?reforço o coro de Dom Helder. Vociferar o discurso de ódio e destruição é mais fácil e conveniente para alguns do que aceitar a diversidade e construir um consenso, amar é mais difícil do que odiar. Construir a paz requer compromisso, desprendimento e empatia, enquanto o ódio emerge por
vingança e egoísmo. Discurso de ódio não pode ser considerado liberdade de expressão , um discurso racista por exemplo em nossa legislação brasileira é crime . Temos sim que ter coragem de amar o próximo.
Encerro este pequeno artigo com o titulo da música de Beto Guedes e Fernando Brant, O medo de amar é o medo de ser livre.
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